segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Fechamento precoce da " moleira"! E agora?






O crescimento da cabeça do bebê deve ser feito mensalmente pelo pediatra no primeiro ano de vida.
Quando aparece alguma dúvida sobre o crescimento e/ou fechamento da "moleira" o pediatra passa o caso ao neuropediatra.
Estes casos são comuns , mas não graves na maioria das vezes.
A "moleira" costuma fechar por volta de um ano de vida, caso isso aconteça muito antes podemos ter uma doença chamada " Cranioestenose".
Nestes casos o diagnóstico deve ser feito rapidamente, pois em casos de cirurgia obtemos melhores resultados antes dos 10 meses de vida.
As deformidades ocasionadas por este fechamento precoce das suturas ou moleira na maioria das vezes causam prejuízos estéticos. Caso de cranioestenose universal é raro, neste caso em especifico o cérebro ficaria confinado, não permitindo seu crescimento e causando dano cerebral.
As deformidades causadas pelos casos mais comuns, produzem uma deformidade da cabeça por vezes assustadora mas sem associação ao dano cerebral.
É importante ressaltar que as deformidades podem comprometer a auto estima da criança de forma bem importante, por isso os pais devem se informar melhor para permitirem a correção.
A correção é feita por meio de cirurgia, existe na internet tratamentos feitos com o uso de capacetes. Estes capacetes não são muito indicados, pois seus resultados são bem pequenos.
É evidente que a indicação de cirurgia assusta os pais, mas nada melhor que um bom profissional para passar informação e ajudar a medir prós e contras.
Mantenha seguimento mensal com seu pediatra no primeiro ano de vida e em casos de dúvidas procure o especialista.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Autismo e suas estereotipias!



 






O nosso corpo se comunica!
Sua postura revela muito de você, como você coloca os braços ao falar ou movimentos que realiza.
Se esfrega as mãos quando nervoso, se balança os pés na sala de espera e vários outros sinais.
Jogadores de póquer costuma usar óculos para esconder suas emoções, surpresa ou decepção com a carta recebida.
Nas crianças portadoras de TEA talvez por não conseguirem expressar suas emoções por via verbal costumam apresentar essa comunicação corporal exacerbada.
Surgem movimentos repetitivos, chamados de estereotipias.
Costumam realizar quando ansiosos ou em momentos de felicidade e euforia.
Estas estereotipias são muito mal vistas pelos pais e pessoas em geral, chamam atenção e acabam por demostrar as deficiências da criança.
É comum o pedido de medicação para controlar as estereotipias e deixar a criança mais "normal".
É preciso entender que punir, ou controlar as estereotipias é calar um autista. Já que eles usam estes movimentos para extravasar  suas emoções.
As estereotipias ajudam estas crianças, e se "controladas" podem provocar outros comportamentos também inadequados e com prejuízo ao desenvolvimento.
Quando a criança consegue outras formas de expressar seus sentimentos costumam diminuir ou mesmo abandonar as estereotipias.
As terapias vão dar outras opções de expressão e comunicação.
Deixar seu filho com TEA mais normal aos olhos dos outros não vai resolver nada.
Aceitar o diagnóstico, e passar a entender o que ele quer dizer terá muito mais benefícios ao longo prazo.
Criança motivada à descobrir e desvendar a vida acaba esquecendo de realizar as estereotipias.
Melhor enxergar as estereotipias como forma de comunicação corporal, tentar entender o que ela quer expressar.
Criança feliz é criança aceita!


segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Seletividade alimentar! Frescura ou doença?



Alimentação infantil é uma preocupação de todas as mães.
Queremos oferecer o melhor aos filhos, mas comumente encontramos a recusa das crianças ao novo.
Nas crianças tipicas isso acontece no decorrer do segundo ano de vida.
A história natural é a boa aceitação das papinhas no primeiro ano de vida, ao completar 2 anos a criança começa a rejeitar alguns alimentos.
Como o alimento e o ato de alimentar se relaciona muito ao amor, as mães se sentem muito mal com a rejeição alimentar.
Costumam realizar troca do alimento em questão por outro de boa aceitação. O que não resolve o problema na verdade reforça o comportamento de rejeição. A criança percebe que não precisa comer o que não quer, pois será trocado.
No consultório de pediatria é comum a frase " Meu filho não come nada!"
Na verdade come, e muito mas apenas o que ele escolheu.
É necessário compreender que existem fases de menor aceitação, e que isso é normal.
Desde que você não deixe de oferecer os alimentos rejeitados, a grande maioria das crianças volta a aceitar.
Mas existem casos bem mais difíceis, considerados de hiper seletividade alimentar.
Estes casos podem ocorrer em crianças tipicas mas encontramos em maior número nas crianças com espectro autista.
Já nestes casos a mãe vai precisar de ajuda de profissionais da terapia ocupacional para intervir.
O profissional vai estudar o caso, perceber a textura melhor aceita pela criança e planejar estratégias de ação.
O trabalho costuma ser lento mas com progressos, enquanto o problema não é resolvido seu pediatra pode necessitar usar suplementação com vitaminas.
Uma boa rotina alimentar desde o inicio e a introdução lenta de novos alimentos são fundamentais para uma boa educação alimentar.
Não podemos querer que os filhos comam o que os pais não comem.
O exemplo na mesa é fundamental!

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Melatonina no autismo!






Melatonina é uma medicação que a cada dia encontra mais espaço na neuropediatria.
Principalmente nas crianças portadoras do espectro autista, isto se deve a alguns fatores.
A melatonina é um hormônio normalmente liberado pela glândula pineal, possuímos baixa produção durante o dia e alta produção à noite.
Estudos demonstram que nas crianças autista é comum uma inversão nesta ordem de produção, eles apresentam maior produção durante o dia e baixa produção á noite.
Esta peculiaridade pode responder o fato do  alto índice de distúrbios do sono nas crianças autistas.
De 40-80% das crianças autistas possuem dificuldade para dormir, quer seja para pegar no sono ou na interrupção da noite de sono.
Este seria o mecanismo mais importante para responder o distúrbio do sono no autismo, mas também fatores sensoriais parecem estar envolvidos.
No autismo encontramos grande sensibilidade a fatores externos, como o despertar por pequenos ruídos ou mesmo a variações discretas de luminosidade.
A qualidade do sono está relacionado a diversas alterações durante o dia. Precisamos de uma boa noite de sono para o descanso cerebral e melhor desempenho.
As crianças com distúrbios do sono costumam ser mais agitadas e irritadas durante o dia, autistas ou não.
O sono do dia não é semelhante ao sono da noite, crianças que embora durmam bem durante o dia terão prejuízos em relação aos que possuem uma boa noite de sono.
Ainda temos muito a investigar no sono dos autistas e existem vários centros dedicados à pesquisa deste assunto.



segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Meditação como tratamento!






A meditação é muito pouco praticada em nosso país, mas é muito comum em outras culturas.
A cada dia descobrimos mais benefícios desta prática, em qualquer idade.
Na vida adulta a meditação pode trazer o controle da ansiedade, a paz interior que tanto procuramos, por exemplo. Está sendo usada para o tratamento de enxaqueca, para controle de hipertensão arterial, para síndrome do pânico e etc...
Mas como meu foco é a infância, e em especial a neuropediatria quero falar da meditação como modo de tratamento nesta área em especifico.
A prática de meditação tem sido usada na abordagem da criança com TDAH com bons resultados.
TDAH, Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade!
Ao meditar a criança começa a organizar melhor seus pensamentos, arrumando de forma coerente e ordenada o conhecimento visto.
Além disso, a criança recebe os benefícios do controle da impulsividade e por consequência aumento de foco na atividade proposta.
O processo de aprendizagem necessita de várias áreas cerebrais e do sinergismos entre elas. Os neurotransmissores liberados durante a meditação facilitam o bom funcionamento de várias regiões.
A mesma paz interior e controle da ansiedade visto nos adultos podem ser de grande valia no processamento de novos conhecimentos pela criança.
Nossa cultura não tem boa receptividade para este tipo de abordagem terapêutica, porém a prática da meditação está conseguindo novos adeptos de forma rápida.
Quando precisamos planejar um tratamento para uma criança com TDAH temos que avaliar a criança como um todo, seu estilo de vida, seu passado acadêmico, seu emocional e tantas outras variáveis em questão.
O uso de tratamento alternativos em associação aos tratamentos clássicos parecem ser uma ótima opção.
Pensem nisso!


segunda-feira, 31 de outubro de 2016

O prejuízo da ausência da fala e mastigação na criança.





O ato de mastigar o alimento é fundamental para o desenvolvimento adequado da arcada dentária.
Você já percebeu que as crianças neurológicas possuem arcada dentária com alterações parecidas?
É o efeito da ausência de força exercida pela mandíbula associado a hipotonia da musculatura da região de bochechas e face.
Como o atraso motor dificulta a aquisição da mastigação propicia deformidades que vão causar outros prejuízos.
O céu da boca se torna muito concavo, muito fundo.
A respiração torna-se bucal por hipotonia de musculatura associada as deformidades dentárias.
Esta respiração é prejudicial a saúde, pois o nariz realiza funções importantes de acondicionamento do ar.
Ao usar a boca para entrada de ar a criança se torna mais vulnerável as amigdalites e viroses.
E assim se formou o caminho para o grande número de infecções respiratórias de repetição.
Uma coisa leva a outra!
O trabalho de reabilitação de fonoaudiologia deve ser iniciado ainda no bebê hipotônico.
É necessário  conseguir a coordenação motora correta para a deglutição e se possível a força de mandíbula para a mastigação.
Se eu tiver uma criança que mastiga, provavelmente ela fala. Os músculos envolvidos na mastigação são os mesmos usados na fala!
Numa criança que fala e mastiga eu não tenho grandes complicações respiratórias.
Tudo esta relacionado, não posso conseguir falar se não mastigo.
É uma sequência do desenvolvimento neurológico.
Por tudo isso precisamos orientar os pais para haver a introdução correta de alimentos e o auxilio da fonoaudiologia de forma precoce.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Como orientar as crianças sobre os perigos?







O pensamento infantil!
Tão simples quanto bonito!
As crianças são imediatistas, possuem pensamento tipo ação reação.
Simplificado e com o mundo da fantasia presente, difícil para eles diferenciar a fantasia da realidade.
Não vai adiantar você falar que o homem aranha ou a Ariel não existem! Para eles existem sim!
Mas fácil será explicar que eles existem no DVD, no filme, mas não aqui na sua cidade e no seu mundo.
Precisamos ensinar e orientar sem retirar o mágico, a pureza da criança está em imaginar um mundo lindo. Elas não precisam ser desencantadas tão precocemente.
Mas os pais devem orientar sobre perigos, sem assusta-las.
Fazer medo a criança terá consequências graves, e a linha entre a orientação e o medo é sútil.
Se você coloca risco em todos os ambientes frequentados, gera o pânico e a insegurança a criança.
Tente usar o pensamento dela, o modelo infantil.
Seja simples, direto!
Tipo assim:
- Não pode sair com quem não conhece!
- Não pode aceitar nada de quem não conhece!
-Não pode mexer em nada que não é seu!
- Não pode sair sozinho!

Por que? Porque a mamãe não quer, porque a mamãe não deixa.
Assuma a responsabilidade, você quer saber com quem ele vai sair!

Acho melhor a criança entender que precisa do aval da mãe ou do pai.
Por que? Porque é criança, e sua mãe e seu pai são os seus melhores amigos e as pessoas que mais o amam.

Respostas do tipo:
- Porque tem gente que quer te fazer mal!
- Porque tem ladrão!
- Porque o homem de preto vai te pegar!

Como você acha que a criança entende estas frases?
Com medo e insegurança! Qualquer um pode ser o " mal".
Precisamos proteger sem causar pânico.
Procure fazer isto com bom senso e sem mentiras.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Filho único! Seu companheiro?





Ser filho único não é fator de risco para o autismo!
Muitas vezes este fato atrapalha o diagnóstico precoce, porque os pais justificam a dificuldade de socialização da criança pelo fato de não haver contato com outras crianças.
O autismo se caracteriza como dificuldade de comunicação social, fato este que não acontece no filho único.
No filho único encontramos a dificuldade de dividir os brinquedos, de aceitar a opinião de outras crianças.
É errado confundir os fatos.
O filho único na verdade é sedento da companhia de outras crianças.
É necessário disponibilizar esta companhia as crianças, pois quando criança fica em contato muito próximo com adultos acaba por se envolver com os problemas da vida adulta.
Criança precisa ser criança, tendo problemas de crianças.
Problema de criança deveria ser o carro que não tem, o amigo que ele brigou na escola.
Criança não deve se preocupar com a conta do supermercado ou da luz.
Isso não faz parte da vida infantil, e por não ser resolvido pela criança gera ansiedade.
Ansiedade é um sentimento muito difícil de ser trabalhado pela criança.
Se você esta passando por uma fase difícil financeira ou profissional, pode até colocar a criança ciente porém sem muitos detalhes.
Deve deixar claro que este problema é seu, não dele.
A criança não tem condições de ser sua companheira nesta fase, ela é completamente impotente e só vai gerar uma ansiedade imensa.
Portanto, proteja seu filho de seus problemas.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Meu bebê não dorme!






O sono dos bebês!
Terror das mãe de primeira viagem.
Quando o bebê nasce a mãe esquece o que é uma noite de sono.
Esta é uma frase verdadeira, o bebê precisa mamar durante a noite. Só este fato já deixaria o sono da mãe fracionado.
Se for um bebê que durma bem, a mãe já sofre.
Mas existem um número muito alto de bebês que não conseguem conciliar o sono nos primeiros anos de vida.
Isso se torna um tormento para o casal.
" Meu bebê não dorme!" é queixa comum no consultório de neuropediatria.
Primeiro ponto em questão, que tipo de alteração do sono seu bebê tem?
Existem aqueles que adormecem fácil, o problema é que acordam várias vezes durante a noite.
E existem aqueles que não adormecem facilmente, mas depois que pegam no sono vão bem.
Primeiro passo nesta situação é uma consulta com pediatra, precisa ser investigado sobre as doenças que possam estar atrapalhando o sono.
O refluxo é uma causa comum, mas existem outros.
O pediatra está apto a realizar esta primeira avaliação, descartando problemas respiratórios, refluxos, alergias e etc..... o caso será passado ao neuropediatra.
Aqui vamos esclarecer os casos onde a criança não dorme sem patologia associada.
Durante toda a gestação a criança vive num ambiente de escuridão ou penumbra.
Se ciclo de sono e vigília é muito fracionado, logo ao nascer o bebê seguirá este mesmo padrão.
Intercala períodos breves de vigília com pequenos cochilos.
É necessário muito bom senso e orientação neste período.
A criança demanda muitos cuidados e a mãe se levanta muitas vezes durante à noite, para diminuir este desgaste acaba colocando a criança em sua cama.
Péssimo hábito que vai custar caro. A criança acaba dormindo no calor do corpo da mãe, ou agarrada a mãe. O que será muito difícil e emocionalmente desgastante para ser resolvido no futuro.
A separação deste contato físico com a mãe é um fator importante.
Outro ponto se relaciona ao tempo, dia e noite.
Muito comum crianças que dormem melhor de dia do que de noite.
Trocam o dia pela noite!
Precisamos diferenciar o que é dia e o que é noite para a criança. Oriento manter a casa em funcionamento normal, sem exageros durante o dia. A  criança deve dormir em quarto claro, com som ambiente.
O fato de escurecer o quarto, ligar ar condicionado e manter o máximo de silêncio para a criança dormir durante o dia dificulta a diferenciação do dia para a noite.
Ela deve dormir durante o dia mas em condições de claridade e barulho maiores do que o da noite.
Isso vai ajudar a ensinar qual o horário mais agradável para dormir, a noite.
A criança deve ser acalmada para dormir, sou a favor de ser embalada para dormir.
Crianças que não são embaladas apresentam movimentos de auto embalo que vão se manter para toda a vida. Este embalo é fator importante para a transmissão de carinho e proteção.
O uso de um bichinho, de um paninho ou qualquer objeto de valor emocional facilita esta criança a se sentir segura e sem a necessidade de contato físico com a mãe.
Brincadeiras eufóricas devem ser evitadas próximo do horário de dormir, como também o uso de aparelhos eletrônicos.
Música bem baixa ajuda a criança a entrar na sonolência.
Caso a criança acorde no meio da noite, evite acender as luzes. Use luz do banheiro ou corredor para entrar no quarto.
Tente adormecer novamente a criança, não forneça estímulos para o despertar.
Se a noite for péssima e a criança ferrar no sono de manhã, não poderia dormir o suficiente para despertar sozinha.
O recomendado seria ser despertada após um período, para não criar o hábito de troca de dia pela noite.
Dormir bem é necessário para a saúde de pais e filhos.
Precisamos ensinar nossos filhos a dormir também.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

1 ano do Blog!






Comemorando 1 ano de Blog!
Me dei de presente este Blog ano passado no dia do meu aniversário!
Queria escrever sobre Neuropediatria, sobre meu dia a dia, sobre as formas que encontrei ao longo destes 21 anos de profissão para explicar as patologias aos pais.
Escolhi o nome Neuropediatria para Você porque sempre foi pensado em ser dado, oferecido aos pais.
Estou muito feliz com o resultado obtido neste primeiro ano, aprendi a fazer fazendo.
Escrevo o que me passa na cabeça, o que acontece no consultório ou o que me perguntam.
Ganhei muito com o Blog, ganhei em comunicação com os pais.
Muitas dúvidas de pais eu não tinha a menor ideia.
Agradeço à todos que já leram e aos que deixaram comentários.
Este Blog foi meu presente para você.

Beijos

Dra. Cristine Aguiar

Meningite viral ou bacteriana?






Meningite é uma doença grave, pode ser causada por vírus ou por bactéria.
É o tipo de doença que o médico só faz o diagnóstico se pensar nela.
Os sintomas podem ser vagos e inespecíficos no inicio.
Febre, queda do estado geral, vômitos, dor de cabeça, por exemplo.
O sinal clássico que chama a atenção é a rigidez de nuca, porém não está presente logo no inicio do quadro.
E pode nem aparecer ser a criança for um bebê, por exemplo.
O hemograma pode identificar o quadro infeccioso e sugerir o diagnóstico quando de origem bacteriana.
O médico precisa indicar a punção lombar quando suspeitar de meningite.
Punção lombar é a coleta de pequena quantidade do líquido (liquor ) que circula na coluna.
O exame direto deste liquor descarta ou confirma o diagnóstico. E precisamos disto, se houve a hipótese precisamos confirmar ou descartar rapidamente.
Isso porque em casos de meningite o tratamento deve ser iniciado rapidamente, é uma doença com risco de vida e que mesmo tratada pode deixar muitas sequelas.
O cérebro é coberto por algumas membranas, estas membranas envolvem o cérebro para protegê-lo.
Estas membranas são as meninges.
Meningite é a infecção destas membranas.
Podemos ter meningite de origem viral, causada por um vírus.
Neste caso os sintomas são semelhantes, porém o hemograma é tipico de patologia viral.
A meningite viral pode ser tão grave quanto a bacteriana, e costuma ter seu diagnóstico mais tardio.
Na meningite o tratamento será hospitalar, faremos esquema de antibióticos ou de antivirais endovenosos.
Em ambos os casos podemos ou não ter sequelas neurológicas.
Portanto, se o médico indicou punção lombar permita! Ele sabe o que faz!

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Alergia aos anticonvulsivantes!




Podemos encontrar alergia com o uso de qualquer medicamento.
As alergias não podem ser previstas.
Só ao entrar em contato com o medicamento vamos descobrir casos de alergias.
Então no caso dos anticonvulsivantes existe a possibilidade de alergias.
Na grande maioria da vezes a criança nunca fez uso de anticonvulsivantes, por isso não possui história de alergia ao ser prescrito.
No caso dos anticonvulsivantes em especial, podemos ter reações alérgicas banais mais também reações severas.
Por isso o cuidado de suspender a medicação ao sinal de reações alérgicas.
Existem casos muito graves de alergias que iniciam com sinais muito parecidos com os da conjuntivite, apenas olhos vermelhos e com lacrimejamento.
Se houve a pouco tempo o inicio de um anticonvulsivante, este sintoma deve ser passado ao neurologista ou ao pediatra.
A reação de Stevens Johnson costuma atingir as conjuntivas, podendo também  afetar as mucosas da vagina e ânus. Com consequências graves e irreversíveis.
Esta reação do sistema imunológico já foi descrita com o uso de medicações banais da pediatria, mas por ter  maior número de casos relacionados aos anticonvulsivantes vale a pena ressaltar os casos da neuropediatria.
É uma reação de maiores proporções que não se restringe a pele, acomete a mucosa em associação a pele. Formam-se verdadeiras bolhas que evoluem para feridas na pele, boca, vagina e ânus.
É necessário a suspensão imediata do anticonvulsivante, e o uso de corticoides para debelar a reação.
Normalmente exige internação!
Apenas 10% das Síndromes de Stevens-Johnson são leves. Entre 30 a 60% evoluem para casos graves. O diagnóstico tardio eleva a risco de vida elevado.
Paciente que tiveram este tipo de reação alérgica ficam com marcas, sequelas irreversíveis.
Por isso o medo deste tipo de reação alérgica.
Portanto em casos de suspeita de alergia, comunique-se com seu médico!

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Ptose da pálpebra, correção cirúrgica?






A ptose ou queda da pálpebra pode acontecer na infância por diversas causas.
É importante que seja tratada precocemente, evitando problemas futuros.
Antes de ser indicado a correção cirúrgica a criança deve ser avaliada para diferenciar a causa da ptose.
Pode ser de nascença ou seja congênita, se assim for não existe mudança no decorrer do dia ou mesmo da idade.
Pode ser que apresente flutuação durante o dia, aumente no decorrer do dia.
Neste caso, o padrão de piora no decorrer do dia é fundamental para o diagnóstico de uma doença pouco conhecida chamada Miastenia.
Nos dois casos as crianças costumam levantar a cabeça para conseguir ver melhor.
Nos casos congênitos a correção cirúrgica está indicada, já nos casos de Miastenia não haverá indicação cirúrgica.
A ptose pode ser de um olho ou de ambos, este fato não vai diferenciar a causa.
O padrão de piora da ptose no decorrer do dia será o diferencial para o diagnóstico.
A Miastenia é uma doença que necessita de seguimento pelo neurologista, pois pode não ficar restrita aos músculos da pálpebra.
Seu tratamento é fundamental para evitar complicações graves, por isso diferenciar os casos se torna tão importante.
A criança com Miastenia fará exames e será prescrito medicações para o controle dos sintomas.
A Miastenia costuma piorar durante quadros infecciosos, podendo levar esta criança ao atendimento de urgência.
Os casos mais graves de Miastenia acontecem quando os sintomas de fraqueza muscular acometem outros músculos, como os usados na deglutição e respiração.
Nestes casos existe risco de vida!

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra


segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Será autismo?





O ser humano é um ser sociável!
É natural se comunicar!
A criança consegue fixar o olhar aos 3 meses de vida, esta será sua primeira forma de comunicação.
Aos 6 meses a criança já usa gestos para chamar a atenção dos pais. Já brinca fazendo caretinhas e piscando olhos.
Essa é uma forma de comunicação.
Este processo ocorre de forma natural e espontânea.
Quando aos 2 anos a criança realiza sua linguagem verbal a aquisição de vocabulário se dá de forma rápida e progressiva.
Se não houver uma linguagem verbal aos 2 anos, está criança possui um atraso de linguagem.
E aqui é importante diferenciar, ela realiza estas outras formas de comunicação?
Ela compreende o que lhe é dito?
Precisamos separar casos simples de atraso de linguagem por hipotonia de musculatura ou falta de estimulo dos casos indicativos do Transtorno do Espectro Autista.
No TEA existe uma dificuldade de comunicação, o grau é bem variável!
A criança pode ou não falar, mas chama atenção a dificuldade de se comunicar.
A dificuldade de entender ordens simples, de falar o que quer.
Precisamos entender que a dificuldade de comunicação pode existir em quem fala, e posso ter crianças sem linguagem verbal que se comunicam perfeitamente.
Nos casos de TEA, não precisa haver deficiência cognitiva. A inteligência  pode ser normal, fato este que dificulta os pais perceberem a deficiência especifica da criança.
O que faz a criança estar dentro do Espectro Autista não sera deficiência cognitiva e sim dificuldade de comunicação.
Precisamos de esforços para diagnosticar de forma precoce os casos leves do Espectro Autista.
Os casos graves onde não existe a linguagem verbal estão sendo encaminhados por volta de 2 anos, o que já é tarde!
Estamos perdendo muito tempo, fazendo diagnostico tarde demais.
Fiquem atentos, brinquem com seus filhos! É assim que vocês podem perceber se existe alguma dificuldade de entendimento por parte da criança.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Febre causando ou descompensando crises convulsivas!





A febre na infância sempre é um bom tema, pois existem várias situações para se esclarecer.
Durante os períodos febris as crianças, e nos também adultos temos nosso metabolismo alterado.
Existe a perda de apetite, o mau estar geral.
A febre, ou seja o aumento da temperatura ocorre em casos simples, como as viroses e em casos complicados como infecções bacterianas grave.
Em ambas as situações podem causar as crises febris em crianças menores de 5 anos, e descompensar as crises de crianças controladas com o uso de anticonvulsivantes.
Nos casos de Epilepsia a febre descompensa o quadro, não é a causadora.
Isto ocorre porque o metabolismo das drogas usadas pela  criança também é alterado.
Por isso, temos que ter cuidados com a febre em crianças maiores se estas possuem crises convulsivas de qualquer tipo.
Não podemos evitar a febre, visto que é um mecanismo de defesa do organismo. Aparece sempre que nosso sistema imunológico encontra-se em atividade de multiplicação de glóbulos de defesa.
Usamos os antitérmicos para  controlar este aumento de temperatura e suas consequências indesejáveis.
Nas primeiras 24hs a mãe deve controlar a temperatura com o uso de antitérmicos, meios físicos e aumentar a ingestão de líquidos. Se necessário, intercalar 2 antitérmicos de substâncias distintas.
Lembrando sempre que ao medicar a criança por via oral, este medicamento só terá seu inicio de ação após ser absorvido.
Este tempo de absorção depende muito. Enquanto não for absorvido não haverá sua ação antitérmica e a febre pode continuar a subir.
Aqui o meio físico será importante para o controle da temperatura até o inicio da ação do antitérmico.
Algumas mães se tornam apreensivas com quadros febris curtos ( menos de 24hs ) sem a evolução para qualquer quadro viral ou bacteriano.
A explicação é a eficiência do sistema imunológico que conseguiu debelar o quadro antes mesmo de sua instalação.
Portanto é um sinal de boa atividade imunológica da criança!
Febre é sinal de alerta, mas precisa ser controlada na infância.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra


segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Síndrome de Down, mosaico ou não?





Por que encontramos crianças com Down bem espertas, estudando e até trabalhando e outras com tantas dificuldades?

A resposta desta pergunta está na definição da síndrome de Down.
Síndrome de Down é a presença de 3 cromossomos 21! O correto seriam apenas 2!
Caso ocorra a presença de 3 cromossomos 21 em algumas células e de 2 cromossomos 21 em outras células chamamos está criança de mosaico.
Mosaico porque são duas formas de células!
Nos casos mosaicos as crianças costumam ter menores deficiências. Mesmo nas crianças sem a presença do padrão mosaico existem uma grande variedade nas deficiências.
Em todas estas crianças existe capacidade, necessitam de ajuda nos pontos onde a fraqueza muscular prejudicam suas ações.
Como na aquisição da marcha e da fala.
A mastigação adequada e o trabalho de fonoaudiologia de incio precoce é de suma importância´para a aquisição de fala fluente.
O refluxo e os engasgos frequentes podem levar a casos de pneumonias aspirativas de repetição levando estas crianças à internações e risco de vida.
As cardiopatias costumam acompanhar a síndrome de Down, complicando um caso já delicado.
Por isso todos necessitam realizar ECO ainda no período neonatal.
As crises convulsivas estão presentes em estatística maior do que na população geral, porém não de forma refratária na maioria dos casos.
A cada dia procuramos evoluir como sociedade, como ser humano.
A evolução passa pela inclusão dos indivíduos com alguma restrição.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Criança treme? Será?





Tremor essencial!

Tremer as mãos costuma se relacionar com a velhice, mas existem algumas situações onde o tremor nada tem haver com a idade.
Existe um tipo de tremor chamado essencial, visto em pessoas jovens.
Este tremor costuma ser diagnóstico de exclusão, pois os exames são normais.
Possuem algumas características que ajudam na classificação, por exemplo:
Ser simétrico em ambas as mãos.
Ser melhor visualizado durante os movimentos, e melhorar quando as mãos se encontram em repouso.
A historia familiar positiva! Várias pessoas da família possuem.

Embora benigno o tremor atrapalha muito em várias atividades do dia a dia.
O tratamento costuma ser com medicamentos para controle, não a cura.

Mesmo sendo visto todos os momentos este tremor piora em situações de nervosismo, o que acarreta distorções deste fato.
Estas pessoas são classificadas como nervosas, ou ansiosas.
O que gera em algumas pessoas um problema emocional e fato de baixa estima.
Portanto a informação é o melhor remédio sempre.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra


terça-feira, 9 de agosto de 2016

Saúde pública, o retorno da Sífilis!






Hoje atendi criança com atraso cognitivo e surdez unilateral por causa da sífilis.
Com isso lembrei de falar sobre este assunto tão importante e que precisa do conhecimento da população.
Infelizmente estamos vivendo um momento triste na Neuropediatria.
Estamos com o evento da Zika, produzindo diversas alterações neurológicas, ainda não bem descritas e que nos surpreendem a cada dia.
E o ressurgimento dos casos de Sífilis Congênita, devido a falta de penicilina no país.
A Sífilis Congênita é muito conhecida, sabemos de todos os efeitos na criança e  tínhamos esta doença sob controle razoável.
Ainda existia, pois quando não diagnosticada na gravidez a medicação era usada de forma tardia.
Por isso o pré natal adequado é tão importante, com ele conseguimos diagnosticar e tratar algumas doenças, minimizando seus efeitos.
Mas e agora sem medicação?
Mesmo feito o diagnóstico não podemos tratar de forma adequada.
Acho um absurdo a falta de um medicamento essencial para a saúde pública.
Absurdo a falta de leis que protejam a população dos desejos de lucros dos laboratórios. Não se pode deixar de produzir algo essencial apenas porque não dá lucro.
Quantos medicamentos deixam de ser fabricados apenas por isso, são baratos!
Neste caso a penicilina é medicação de escolha para o tratamento da sífilis, na sua falta a pediatria está usando medicações de segunda escolha.
Isso já aconteceu antes, na Síndrome de West o ACTH é medicação de primeira escolha.
Nos tínhamos ACTH no Brasil, a produção foi suspensa pelo laboratório há alguns anos atrás.
O único motivo, não dava lucro. Era medicação barata, e pouco vendida já que Sd. de West não é tão comum assim.
Agora quando queremos realizar tratamento com ACTH importamos. Com isso  perdemos tempo precioso e elevamos o custo do tratamento para a família.
A sociedade precisa tomar conhecimento e se mobilizar. Conseguir saúde para todos passa por diversos atos, entre eles a pressão da população.


Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra





segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Atraso de linguagem X Atraso de comunicação





Existe uma diferença sutil entre atraso de linguagem e atraso de comunicação.
A criança desenvolve sua comunicação através da linguagem falada, mas também de outras formas.
É muito comum os pais perceberem o atraso de linguagem, mas não percebem se houver um atraso de comunicação.
Normalmente chegam ao consultório por atraso no vocabulário, percebem que o filho fala pouco para a idade.
você não precisa falar para obedecer comandos simples, mas passa desapercebido.
A criança com atraso de comunicação possui atraso no que fala, mas também atraso no que entende.
Não consegue entender adequadamente o que os pais falam.
O atraso na comunicação social é a principal característica do TEA ( Transtorno do Espectro Autista).
E passa desapercebido!
O apontar é um ato de maior significado para a comunicação do que o levar sua mão ao objeto desejado.
Dentro do TEA existe uma grande diversidade de níveis de dificuldade, quanto mais leve mais difícil será o diagnóstico.
Portanto na dúvida, procure um profissional para ajudá-lo.
O diagnóstico precoce será o melhor aliado para aquisição de habilidades.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Distúrbio de comportamento: sua princesa!







 







Comportamento infantil tem cada nuance.
Precisamos de muita experiência e sensibilidade para perceber durante uma avaliação as alterações.
A "menina mimada" é um tipo muito comumente confundida.
Costuma ser agitada, gostar de chamar atenção.
Muitas vezes é taxada de hiperativa!
Como tenta impor sua vontade, se torna impositiva.
Manda na casa, principalmente no pai.
Apresenta comportamento de rivalidade com a mãe, disputa o lugar.
São temperamentos fortes, que usam da sedução para manobrar.
O pai se torna seu principal refém.
A mãe se vê perdida, acuada.
Estes distúrbios de comportamento causam muitos problemas familiares e para a criança.
É necessário o diagnóstico para ser encaminhada para terapia.
Na maioria das vezes não se torna necessário o uso de medicação.
Mas isso não quer dizer que não possui riscos graves de problemas futuros.
Prestem atenção na princesa!
E cuidado, ela pode se tornar outro personagem da história se não for bem conduzida.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Miastenia Gravis







Miastenia Gravis é uma doença da neuromuscular que se caracteriza por uma diminuição de força e fadiga muscular.
Não é considerada rara, e está no grupo de doenças crônicas de caráter autoimune.
Possui uma padrão característico de apresentação clínica.
Costuma ter seus primeiros sintomas relacionados a queda palpebral de forma simétrica e com padrão flutuante.
A criança costuma acordar bem, com olhos normais e no decorrer do dia as pálpebras vão caindo. A criança tem a necessidade de elevar o queixo para ver melhor.

Portanto a ptose (queda ) das pálpebras no decorrer do dia costuma ser o sinal de alerta para se procurar o neurologista.
O diagnóstico será confirmado por exames e o tratamento iniciado.
Se não for feito o diagnóstico precoce a fraqueza muscular irá avançar atingindo funções como deglutição e até mesmo a respiração.
A doença costuma se relacionar com timo aumentado, sendo necessário sua retirada cirurgicamente.

Portanto, fica o alerta ao sinais iniciais da doença para seu diagnóstico precoce e melhor evolução.



segunda-feira, 11 de julho de 2016

Palmada serve para educar?



 



A educação dos filhos sempre foi difícil.
Não acredito que no passado tenha sido uma tarefa menos árdua, apenas havia 

menos interferência.
A mãe era senhora do lar, ela colocava as regras da casa. Possuía o domínio de tudo que acontecia neste lar, pois não costumava se ausentar dele.
Com isso ia adquirindo confiança nas atitudes do dia a dia.
Com a vida moderna, a mãe não consegue ter o domínio de tudo. Trabalha fora, com isso passa parte do dia fora de casa e necessita delegar  funções.
Este fato trás uma insegurança natural, muito mal compreendida pelo marido e por demais parentes.
Como posso ter certeza que está tudo bem em casa, se não estou lá?
Bate uma insegurança, será que ele está bem? Almoçou? Ficou muito abatido?
Numa época onde priorizamos o diálogo, parece absurdo para alguns que ainda se use a palmada para se impor os limites e educar os filhos.
Este assunto é bem difícil de ser abordado, pois não podemos deixar margem para o mal entendido.
Em épocas passadas, pode ter havido excessos por partes dos pais.
Se foi ou não visto e aceito, não sei! 
Mas nos nossos dias, infelizmente vimos casos absurdos de maus tratos as crianças.
Neste caso, não podemos aceitar este método como educativo. Não existe educação assim!
Sou mãe, e não acredito que nunca errei. 
Errei e devo ainda errar, mas nunca querendo errar.
Não pode haver prazer no castigar! Não fazemos por prazer, mas por necessidade de passar os valores do certo e errado.
Todos nos seremos julgados no futuro, quem conseguiu ser uma boa mãe ou não!
Será considerada uma boa educação aqueles que errarem menos, aqueles que conheceram seus filhos como cada dedo da mão.
Não existem regras exatas, pois cada criança será única. 
Tem filho que precisa de muito mais conversa que outro, existe os que necessitam ser privados de algo para darem valor as palavras da mãe.
Então, quem conseguir aconselhar no momento certo, castigar no momento correto terá como prêmio ter filhos com valores adequados e caráter para enfrentar a vida de forma honesta e coerente.

Detesto frases de efeito! Nunca e jamais servem para textos, narrativas e poemas.


Na nossa vida real, existe o desejo de acertar e o bom senso.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Serão eles incapazes?





Entender a capacidade de cada individuo talvez seja o mais importante!
Todos possuem capacidades, talvez não a desejada pelos pais ou pela sociedade.
Tratar crianças com deficiência como se não possuíssem capacidades é uma das piores coisas que observo.
Os pais após o período de luto, reconhecem a deficiência do filho e colocam ele num local aonde ele deve ficar.
Este local às vezes é o sofá na frente da TV. Acreditam que esta criança ficará lá feliz, sempre!
Ledo engano!
Elas precisam realizar atividades, porém não conseguem ter a ideia.
Não conseguem planejar sozinhas, precisam ser comandadas. Necessitam ser orientadas no que fazer.
O que vemos na prática são crianças que quando pequenas adoram a TV, mas com o passar da idade iniciam distúrbios alimentares e comportamentais.
Na maioria das vezes a causa é o vazio, o não ter o que fazer.
Entendam, eles precisam ser incentivados e orientados a fazer.
Ensinem seus filhos!
Eles aprendem sim!
Criem e eduquem seus filhos para serem felizes, dentro da sua casa.
Quem não tem capacidade de sair de casa, tem capacidade de ser útil e feliz em casa.
Podem ter um horta, horta simples inicialmente, de cheiro verde!
Podem lavar o arroz, ou fazer colagens!
Eu gosto de tudo que produz um produto, e este produto pode ser oferecido.
A felicidade desta criança por ter sido útil para algo é comovente.
Eles querem ser felizes como todos nós, e não encostados num canto da casa.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Hidrocefalia, você já ouviu falar?



 




Todos nós possuímos um liquido semelhante a água em nosso cérebro!
Este liquido é transparente, similar a lácrima e a água.
Possui o nome de líquor, e necessita estar presente em nosso sistema nervoso.
Claro que existe uma quantidade adequada deste liquido no cérebro, uma proporção se faz entre as estruturas sólidas e o líquor.
Quando acontece uma desproporção deste líquido costuma-se denominar Hidrocefalia.
Este termo é muito antigo em sua origem, e relaciona o liquor como água=hidro.
Como a criança está em crescimento e portanto sua caixa craniana ( crânio ) ainda se encontra com ossos justapostos, o acúmulo deste liquido provocará o aumento da cabeça.
No inicio do quadro podemos não ter o aumento da cabeça, e podemos ter este aumento de forma transitória.
Em muitos casos as crianças com hidrocefalia são submetidas a cirurgia para a colocação de uma válvula, exatamente para drenar a quantidade aumentada do líquor e com isso não prejudicar o crescimento cerebral.
Como tudo na medicina o diagnóstico precoce é nossa melhor opção.
Nem todos os casos de hidrocefalia vão necessitar de colocação de válvula.
Porém se necessário,quando diagnosticado precocemente e tratada antes de haver prejuízo cerebral a chance de desenvolvimento normal é bem grande.
Não tenha medo da doença, ao sinal de qualquer alteração procure uma avaliação.
Ninguém fica feliz com doença, mas se tratada precocemente esta doença causará menos prejuízo aos seus filhos.


quarta-feira, 22 de junho de 2016

Meu filho tem Autismo? Ou TEA?

Desenvolvimento Cerebral!




Ao nascer à criança não possui seu cérebro formado!
O cérebro termina seu desenvolvimento depois do nascimento. Se fosse possível nascer com o cérebro pronto, você veria um bebê falar e andar desde o nascimento.
No ser humano, existe o tempo para andar e o tempo para falar.
Referimos-nos ao tempo necessário para adquirir estas funções. A criança nasce e após o nascimento seu cérebro continua seu desenvolvimento adquirindo funções antes inexistentes.
A desnutrição ainda é a causa mais importante para o desenvolvimento inadequado das funções cognitivas.
Cognição se refere à inteligência, a capacidade intelectual.
Na neurologia trabalhamos com data limite, estipulamos uma data limite para a criança adquirir uma função. Somente consideramos atraso quando a criança passa desta idade limite sem adquirir a função em questão.
É importante reconhecer estes atrasos de forma precoce para se iniciar a investigação e também a reabilitação.
Os avanços são discretos durante o desenvolvimento por isso crianças com risco de atrasos devem ser acompanhadas de perto, para o reconhecimento destes atrasos de forma precoce.
Prematuros, crianças com intercorrências durante período neonatal são fortes candidatos a acompanhamento com neuropediatra de forma profilática, para seguimento do desenvolvimento.
Quando a neuropediatria for usada desta forma teremos menos sequelas neurológicas.
E infelizmente a neurologia é uma especialidade que se paga muito caro no diagnóstico tardio.
Prevenção foi o grande avanço em todas as áreas da medicina, na neurologia não é diferente.

Mastigar é preciso!






O desenvolvimento da linguagem é um passo importante na avaliação cognitiva das crianças.
A aquisição de vocabulário, e o uso de palavras chaves de forma adequada demonstram o desenvolvimento de uma função cerebral importante.
Esta etapa do desenvolvimento pode ser prejudicada por hipotonia ( diminuição de força ) da musculatura necessária para a linguagem.
As crianças pequenas precisam ser estimuladas a mastigação, pois a musculatura usada na mastigação é a mesma usada na pronuncia dos sons.
Alimentos pastosos e líquidos não necessitam de musculatura, e com isso não propiciam a aquisição de força à esta musculatura tão necessária na criança.
Portanto, a orientação oferecer alimentos que necessitem da mordida é benéfica  ao desenvolvimento da força da musculatura da região.
Chupar laranjas ou outras frutas, arrancar pedaços demonstram a força de mandíbula da criança e por consequência a força da musculatura de toda orofaringe.
Já existem trabalhos científicos que comprovam relação direta da força de prensa mandibular com o aumento das células da glia no cérebro.
Na prática clinica, percebi há tempos que ao  perder a função mastigatória perdíamos  a capacidade cognitiva. É comum esta relação na prática, mas não tínhamos base cientifica que  comprova-se  esta relação.
Portanto mastigar faz bem ao cérebro!


segunda-feira, 23 de maio de 2016

Perigos em casa!





Falar sobre acidentes domésticos sempre é importante!
Na nossa casa existem verdadeiras armadilhas para as crianças pequenas.
Os pais devem percorrem a casa com o olhar investigativo, como se fossem crianças.
Existem locais clássicos, como as tomadas que devem receber protetores, mas e os aparelhos ligados na tomada. Como fazer?
Ferro, TV, DVD,Telefone sem fio e etc...
Se este aparelhos precisam ficar ligados na tomada, esta tomada deveria estar fora do alcance de crianças.
A curiosidade da infância faz com que a criança segure e puxe o fio.
Fique atenta a tudo ligado a eletricidade!
Outros perigos estão na cozinha e área de serviço, eu oriento o uso de portões isolando estes ambientes! São muitos os riscos!
Na figura, a criança entrou na máquina de lavar, brincadeira inocente! Mas que pode levar até a morte!
A porta do forno é outro grande risco, quente propicia o risco de queimadura e fria o risco de traumas.
Muitas crianças tentam abrir ou mesmo subir na tampa do forno depois de aberta, com isso o fogão vira por cima da criança.
Baldes contendo água podem ser outra armadilha, criança pequena pode se afogar em baldes contendo cerca de 50cm de líquidos.
Toalhas por cima de mesa são atrativas para a criança que engatinha puxar. Se houver algo na mesa, tudo cairá por cima da criança.
Não arrisque em dar a  uvas, castanha, amendoim a crianças pequenas. Estes alimentos só podem ser dados processados, cortados! O risco de engasgo é muito alto.
Não estou falando em brinquedos, pois considero que o uso de brinquedos que soltam peças já foi muito bem discutido na mídia.
Portas e gavetas podem esmagar os dedos de crianças, quem tem criança em casa deve usar protetores em portas e gavetas. Ou que evitem a abertura ou que evitem o fechamento, conforme for o caso.
Cuidado dobrado com remédios, a industria farmacêutica melhorou muito o sabor dos remédios.
Atualmente a criança gosta do remédio, se encontrar pode tomá-lo em quantidades.
Criança é curiosa, é ativa, não adquiriu experiência suficiente para ter medo de nada. Não é confiável!
Devemos proporcionar aos nossos filhos lugar seguro e adequado para que ele possa descobrir o mundo, porém com segurança.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Desautorizar? Isso, não pode!






É muito comum ouvir das mães que o pai ou a avó atrapalham a educação!
É uma verdade, mas precisamos esclarecer que discordar pode! Mas desautorizar não!
Culturalmente a mãe fica com o duro papel de educar os filhos, de ser quem fala não!
Os pais no passado não se metiam em nada, atualmente interferem mas não costumam querer pagar o ônus deste papel.
A educação te exige ser dura, falar não para inúmeras coisas do dia a dia.
Sempre falo que na educação não existe cartilha, não existe nada do tipo: Quando seu filho fizer isso, você faz isso!
O bom senso será seu maior aliado!
A criança é esperta, logo vai perceber as opiniões divergentes.
E começa a colocar uns contra ou outros.
Nunca desautorize!
Os pais precisam definir juntos quais os limites que querem ensinar aos filhos, pois ambos são responsáveis pela educação.
Num casal sempre haverá um mais maleável! É normal, o que não pode acontecer é a criança manipular este.
Temos que agir como um só, mesmo discordando ocasionalmente.
Não comente para pedir apoio!
Não permita que estas situações constrangedoras exponha sua família, ou mesmo o casal para opinião pública.
Este assunto é familiar!
A escola terá um papel de auxiliar em algumas situações. Mas que fique claro, a escola não possui o papel principal na educação de seus filhos.
Durante este processo vocês terão que conviver com a opinião dos parentes mais próximos ( avós), saiba escutar! Mas não discuta!
Deve ficar claro quem são os responsáveis, quem decidiu os limites impostos.
A criança fica confusa no meio de tantas opiniões, "aqui pode", "mas vovó deixa".
Como colocar limites, se estes limites não são claros?
A vovó pode não gostar mas não pode tirar do castigo!
Já viu a confusão?
Evite expor sua decisão!
Quando inevitável, tente não ceder! Lembrem que os avós amam os netos, apenas a idade os deixa com muita pena de seus netinhos.



                                                                                           Texto: Dra. Cristine Aguiar
                                                                                                        Neuropediatra




quarta-feira, 11 de maio de 2016

Birra! É normal?






Birra!!!
Expressão infantil à um desejo frustado!

Na verdade, a birra é normal numa época da vida da criança.
Quando começamos a impor os limites a criança terá seu desejo frustrado. É bom?
Se você frustrar o desejo de um individuo e ele se mantiver inalterado?
Seria normal?
O ser humano possui desejos e vontades.  Se você gostar de ser frustrado, teria uma alteração patológica do seu emocional.
Gostar de ser repreendido? Gostar de ter sua vontade negada?
Isso sim, seria anormal!
O que precisamos é aprender a lidar com nossas frustrações, o que é difícil para todos.
Esperamos que os adultos tenham aprendido a lidar com seus sentimentos de forma adequada, e portanto aprenderam a lidar com suas derrotas.
Os pais devem estar preparados que a criança não vai aceitar o não de forma pacífica, ela vai chorar. O choro é a expressão do seu emocional diante do desejo não realizado.
Isso é normal!
Agora quando a criança tem seu desejo negado e ao realizar a birra consegue realizar o mesmo desejo, temos um comportamento inadequado sendo reforçado, alimentado.
Costuma-se falar na neurologia e psicologia que a maioria dos comportamentos inadequados só persistem se forem alimentados.
A criança tem um raciocínio simplificado das coisas, se ao chorar e gritar ela conseguiu o que queria, deverá repetir esse ato em outra ocasião semelhante.
A criança não consegue entender porque ela pode fazer algo em casa, mas não pode em outro lugar.
Portanto as regras devem ser claras, se não pode ? Não pode!
Nem em casa, nem na avó, nem na loja, nem no restaurante!
Fica mais fácil a compreensão do limite se este não mudar.
Quem nunca passou pelo constrangimento de uma birra ?
Você que sair da situação o mais rápido possível, e neste momentos dá o que a criança quer para ela parar.
Infelizmente péssima estratégia, você acaba de mostrar  seu ponto fraco.
As regras devem ser impostas de forma coerente, para você conseguir ensinar o que é certo, e o que é errado ao seu filho.
Desta forma os limites terão uma certa resistência natural, porém acabam por serem aceitos.

Este é o papel da família, ensinar!
Você vai ensinar ao seu filho valores no futuro! Mas agora você vai ensinar a dividir o brinquedo, a não bater no colega, a sair do pula pula quando você chamá-lo.

Quem foi que te disse que educar seria fácil?






                                                                                            Dra. Cristine Aguiar
                                                                                              Neuropediatra


sexta-feira, 6 de maio de 2016

Como você segura se bebê?




A forma que você segura seu bebê pode causar escoliose!
Você sabia?
A posição mais comum de segurar bebês é esta da figura ao lado.
Porém está forma pode ser usada em crianças quando as crianças  já tenham algum controle de tronco.
Se você segura o seu bebê assim, mas ele fica com a coluna torta, esses ossos podem adquirir este novo formato.
Crianças prematuras ou hipotônicas costumam ter sua coluna desviada pelo simples ato de segurá-los de forma inadequada.
Existe uma musculatura ao lado da coluna que estabiliza e impede o desvio do eixo da coluna.
O problema está quando esta musculatura está fraca.
Nos prematuros, por exemplo essa força muscular vai aparecer em idades um pouco mais tarde.
Temos que respeitar os limites do corpo!
Ao segurar a criança desta forma se olhe no espelho. Confira se a criança está com a coluna reta.
Se estiver torta, tipo pendendo para algum lado. Mude a forma de segurá-lo!
O importante é que tente manter a coluna no eixo, não segure a criança por muito tempo torta em relação ao tronco.

Use o bebê conforto quando precisar levar a criança a algum lugar como consultas de rotina, visitas aos avós e etc...
Nele a criança deve estar alinhada, com coluna retificada. Prevenindo deformidades.

Evite deformidade de coluna, evitando posturas inadequadas.

Crianças neurológicas costumam ter desvio de coluna graves, pois demoraram muito para adquirir o controle do tronco. Enquanto isto eram levadas para todo canto no colo.
Sem orientação, da forma mais usual e prática para as mães.

Observe sempre o tronco, ele deve estar retificado na maior parte do tempo.

 Enquanto pequenos podemos segurá-los colocando sua coluna de encontro ao nosso tronco, imitando uma cadeirinha. A criança fica olhando para frente, de costas para quem segura.
Essa posição mantém a coluna ereta e retificada, porém em crianças maiores o peso impossibilita essa postura.

A prevenção sempre é o melhor!
 O tratamento para escoliose pode necessitar de cirurgia.

E cirurgia de coluna costuma ser procedimento longo, com risco cirúrgico de sangramento elevado.
Além de ter um pós operatório complicado em crianças.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

terça-feira, 3 de maio de 2016

Síndrome de Gilles de la Tourette! Você conhece?







Os tiques são motivos comuns de consulta na neuropediatria.
Normalmente não recebemos os tiques simples, pois somem espontaneamente causando pouco constrangimento.
Já os tiques complexos e a Sd. de Gilles de la Tourette, devido ao seu impacto social são a maior parte dos pacientes que procuram ajuda.
Os sintomas são de tiques motores e/ou vocais que surgem por volta dos 5 anos, numa frequência muito alta que chamam a atenção e provocam o constrangimento.
O diagnóstico é clinico, não existe alterações em exames.
Chamamos de tiques vocais quando existe a produção de som, pode ser por pigarro, arranhado de garganta ou mesmo pronunciar uma palavra repetidamente.
A Síndrome de Gilles de la Tourette causa muito prejuízo social a criança, pois costuma ser ridicularizada.
Não possui cura e pode durar a vida inteira, por isso o tratamento é aconselhado.
Está criança costuma evitar situações que fique em foco, tipo apresentações na escola.
É comum tentarem disfarçar os tiques completando o movimento, passam a mão no cabelo para disfarçar o tique de ombro por exemplo.
Não existe prejuízo real ao cérebro, mas as consequências emocionais podem gerar isolamento, depressão, além de instabilidade emocional com surtos de agressividade.
A resposta ao tratamento é bom, conseguimos reduzir significativamente os tiques.
Sempre ajusto a medicação com o auxilio da criança, pergunto para ela se os tiques estão incomodando e se as outras crianças percebem.
As crianças costumam aceitar bem o tratamento e ainda ajudar. Sabem pontuar claramente se os outros percebem ou não seus tiques.

Dra. Cristine Aguiar
         Neuropediatra