terça-feira, 28 de novembro de 2017

O brincar!



Em várias atividades podemos avaliar a coordenação e o cognitivo das crianças.
Numa atividade simples como a brincadeira com areia a criança desenvolve a coordenação ao segurar a pá e colocar a areia no baldinho, mas também ao criar formas com a areia podemos ver seu desenvolvimento cognitivo.
O uso de massinhas na pré escola também serve para coordenação e avaliação do cognitivo, pois inicialmente a massinha é apenas espremida ou amassada, com o tempo começa a ser usada para realizar formas geométricas.
Portanto, a criança pequena pode ser avaliada no seu desenvolvimento cognitivo no uso de instrumentos simples e de fácil acesso.
Crianças com atraso cognitivo não sabem brincar, pois o brincar necessita de várias funções cognitivas.
Crianças com Transtorno do espectro autista-TEA possuem interesse restrito ao brincar, repetem o mesmo movimento sem explorar todo o potencial do brinquedo.
A pré escola proporciona estes instrumentos de forma diária e portanto possui um papel importante para desenvolvimento da socialização e de aspectos do desenvolvimento neurológico.
È brincando que se aprende a brincar!
A descoberta do mundo se faz por meio da exploração de texturas e cores e da transformação de materiais.
A capacidade motora da criança evolui gradualmente e de forma coerente.
Muitos pais justificam falhas considerando que a criança não realiza porque não gosta, cuidado com esta afirmação.
Em crianças de risco para atrasos do desenvolvimento peço que sejam colocados na escola de forma precoce, pois deficiências serão visualizadas e iniciado sua capacitação.
Não existe saltos neurológicos, o processo do desenvolvimento é continuo, gradual e coerente.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Como ensinar quem não quer?


Conseguir envolver as crianças com o estudo escolar nem sempre é fácil.
A matéria dada às vezes fica muito distante de sua aplicação prática.
Dar a matéria de forma lúdica é o caminho mais razoável e usado pelas escolas.
Mas quando isso não dá certo?
O que fazer?
Este é o campo da psicopedagogia!
Psicopedagogia não é reforço escolar, seu papel principal é reiniciar o processo de aprendizagem do ponto onde foi rompido.
É conseguir resgatar esta criança ao processo de aprendizagem, usado maneiras diversas.
Diferente da psicologia, a psicopedagogia tem sua formação na pedagogia com especialização em psicopedagogia.
Está indicada em toda criança com dificuldade de se inserir no processo de aprendizagem natural do seu ano letivo.
Já vi muitas profissionais desta área conseguirem resgatar crianças usando seus temas favoritos.
Meninos apaixonados por aviões por exemplo, usa-se a miniatura do avião e demonstra-se a relação da velocidade x distância percorrida. Com isso os fundamentos de física e matemática são demostrados dentro do interesse da criança, e ela consegue visualizar o conhecimento.
Ao conseguir tirar a criança da inércia, começar a se empolgar com o conhecimento e com as descoberta a criança reinicia o processo de aprendizagem mais facilmente.
Usar as paixões da criança como sujeito no processo é um ótimo caminho.
Claro que isso só pode acontecer no atendimento individualizado, por isso normalmente ocorre no profissional da psicopedagogia.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Efeitos colaterais no uso de anticonvulsivantes!

Sequelas possíveis na meningite!


Em algumas doenças precisamos ter o pé no chão.
Várias doenças da neurologia deixam sequelas ou seja marcas.
Neste texto quero falar sobre as marcas deixadas pela meningite.
Vejam só: meningite mata!
Ao ser tratada precocemente e corretamente a criança sobrevive, mas pode ficar com sequelas.
As sequelas podem ser vistas logo após a alta, como surdez e incapacidade motora.
Outras sequelas só serão vistas com o decorrer do tempo, como por exemplo a dificuldade escolar proveniente da deficiência cognitiva.
O aprendizado necessita de memória, atenção, raciocínio lógico, concentração ou seja várias funções cognitivas.
Podemos sim ter deficiência cognitiva em graus variáveis por causa de uma meningite e por consequência uma dificuldade escolar.
Esta criança mesmo com esta sequela cognitiva  se leve aprende, porém necessitando de mais repetição.
Se a deficiência cognitiva for de moderada a grave quase não conseguimos aprendizado escolar.
O importante é conseguir que a criança consiga explorar toda sua capacidade.
Qualquer que seja sua capacidade!
Na deficiência cognitiva leve queremos que seja socialmente ativo.
Em deficiências maiores queremos a independência domiciliar.
Diagnóstico não fecha o destino de ninguém, cada pessoa é unica e responde diferentemente aos estímulos.
A família deve estar ciente das dificuldades e conseguir entender que a superproteção não ajuda, apoio é bem diferente de proteção.


terça-feira, 7 de novembro de 2017

Crise febril ou em vigência de febre?

Você sabia que a febre só pode ocasionar convulsão em crianças pequenas?
Isso mesmo, em crianças menores de 5anos a febre pode causar crises convulsivas.
E não precisa ser febre alta, pode acontecer com febre baixa.
Nestes casos na grande maioria existe a história familiar positiva para crises febris.
O neuropediatra deverá solicitar o EEG para confirmar o diagnóstico. O EEG na crise convulsiva febril deverá ser normal, visto que a febre é a causadora da crise.
Estes episódios acontecem pela imaturidade do sistema nervoso em relação ao controle da temperatura.
Caso o EEG apresente alterações epileptiformes a hipótese de crise convulsiva cai por terra.
E a crise deixa de ser classificada como febril e passa a ser classificada como precedida por febre ou em vigência de febre.
Isso muda muito o rumo da medicação e o tempo de tratamento que serão indicados.
Portanto, crise febril possui EEG ( eletroencefalograma ) normal!
Se for anormal por alterações epileptiformes não será mais crise febril, mesmo que tenha acontecido em vigência de febre.
A conduta atual para crises febris apresenta uma tendência para tratar, ficando a opção de medicação intermitente X medicação contínua. Isso porque muitos trabalhos indicam uma maior prevalência de desenvolvimento de epilepsia em pessoas com história de crises febris na infância.