segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Bexiga Neurogênica, você sabe o que é?






 
Para todos nós fazermos xixi é necessário a contração da musculatura da bexiga.
Esta contração é realizada por terminações nervosas, ou seja possui comando no sistema nervoso.
Pacientes com problemas neurológicos possuem flacidez desta musculatura por ineficácia ou mesmo ausência desta inervação.
A esta doença foi dado o nome de Bexiga Neurogênica!
Nestes casos a parede da bexiga se torna flácida e o tamanho da bexiga se torna aumentado.
Com isso não existe o mecanismo correto de micção da urina, existe perda de urina por transbordamento.
A Bexiga Neurogênica proporciona uma facilidade para infecções urinarias de repetição, pois não há o completo esvaziamento da bexiga.
Em decorrência as infecções urinárias de repetição podemos ter complicações renais e aparecimento de cálculos renais.
Paciente neurológicos com Bexiga Neurogênica necessitam de tratamento adequado para prevenção de complicações tardias.
Paciente que possuem sequela de mielomeningocele ou qualquer outra patologia onde a inervação da bexiga foi acometida possuem Bexiga Neurogênica.
A suspeita diagnóstica é feita pelas queixas do paciente como por exemplo perda de urina em pequenas quantidades ou pela história de infecções urinárias de repetição. Exames de urodinâmica vão confirmar este diagnóstico.
O tratamento pode ser medicamentoso ou por técnicas de esvaziamento de urina.
O importante é conseguir manter qualidade de vida e evitar acometimento renal.
Portanto, se tem queixas procure seu médico e faça o diagnóstico.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra


segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

O que é Leucomalácia?

 



Leucomalácia é o termo técnico usado para descrever as alterações encontradas na imagem do cérebro que foram ocasionadas pela falta de oxigênio.
A falta de oxigênio ocorrida principalmente na hora do parto provoca uma alteração estrutural em áreas especificas do cérebro.
Este padrão é muito bem reconhecido nos exames de tomografia ou ressonância do cérebro.
O tamanho da área de leucomalácia vai se relacionar com as sequelas neurológicas encontradas na criança.
Todas as crianças portadoras de Paralisia Cerebral possuem áreas de leucomalácia em seus exames de imagem.
Em sua grande maioria terão por consequência epilepsia, pois as regiões anormais produzirão ondas cerebrais alteradas de caráter epileptogênico.
A família deve ficar alerta, pois em uma criança com sequelas neurológicas fica mais difícil identificar crises parciais.
As crises generalizadas, onde existe movimentação do corpo evidente são facilmente identificadas e relatadas pela família.
O controle de crises é uma prioridade em todos os casos, pois acarretam danos secundários aos pacientes já portadores de sequelas neurológicas.
Anticonvulsivantes não causam atrasos, crises convulsivas causam os atrasos piorando o quadro de quem já possui atraso por outra causa, como por exemplo leucomalácia.
Efeitos colaterais pelo uso de anticonvulsivantes possuem baixa incidência, e devem ser examinados caso a caso.
Não existe cura para leucomalácia, existe tratamento que consiste nas terapias de reabilitação inicialmente.
Infelizmente a sequela neurológica ocasiona neste caso um padrão de hipotonia do tronco com aumento do tônus muscular em braços e pernas. Este padrão facilita diversas deformidades ósseas e articulares que serão avaliadas pelo ortopedista infantil.
O pulmão é o órgão com mais frágil nos pacientes neurológicos, com acúmulo de secreção e recorrentes pneumonias.
Em alguns casos será necessário o acompanhamento do pneumologista pediatra, na grande maioria o seguimento regular com pediatra pode ser o suficiente.
O quadro nutricional necessita de atenção, pois distúrbios de deglutição costumam dificultar a variedade de alimentos oferecidos.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra