segunda-feira, 4 de junho de 2018

Qual a alimentação correta para os pacientes neurológicos?




Qual alimentação correta do paciente neurológico com dificuldade de mastigação e deglutição?
Na prática as mães costumam manter a alimentação com base no leite, usada quando ainda eram bebês.
Por fazerem uso de alimentação pastosa ou semi pastosa aquela sopinha do bebê de 10 meses perdura por anos.
A mãe tem muito medo de oferecer alimentos como o feijão, mandioca, milho por considerar fortes demais.
Ainda existe o problema da constipação e do refluxo gastroesofágico que costumam estar presentes neste paciente.
Todo este contexto proporcionou o campo adequado para o aparecimento de doenças nutricionais muito especificas e portanto raras na população em geral.
Neste texto quero salientar o surgimento de casos de Escorbuto, doença dos marinheiros na época das caravelas.
O escorbuto é uma doença causada pela deficiência da vitamina C!
Como a vitamina C é facilmente encontrada em diversas frutas, mesmos as crianças mais chatas com a alimentação acabam consumindo de forma adequada.
Porém, o nosso paciente neurológico só come o que lhe é dado na boca! E a mãe não dá sucos cítricos para os bebês.
O suco de frutas cítricas foi retirado pela nutricionista da dieta dos pacientes com refluxo gastroesofágico.
Assim surge a deficiência da vitamina C nos nosso pacientes.
No escorbuto existe sangramento de gengivas, dor de articulações, deformidades ósseas e até fratura por manuseio.
Diagnóstico muito difícil, pois não é pensado!
As mães devem ser orientadas por nutricionistas ou pelo seu bom senso!
A criança neurológica deve ter como todos nós um dieta balanceada, com o maior número possível de combinações. Deveriam usar diversas fontes de proteína, legumes variados e frutas.
Por dificuldade de deglutição acabam ingerindo pouco líquidos, mais isto piora a constipação crônica que possuem.
As mães devem manter os nutrientes da dieta o mais aproximado possível da dieta usada por crianças da mesma idade e sem restrições de deglutição e mastigação.
Apenas a forma de oferecimento deve ser adaptada!
Fiquem atentos, pois a medicina evolui sempre e a cada dia nossas crianças viverão mais!
Problemas que não víamos há anos atrás agora nos surpreendem.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra