sábado, 21 de novembro de 2015

O engatinhar!


 

Para mim a fase motora mais importante é o engatinhar.
As mães não valorizam muito essa fase, até consideram que a não realização é sinônimo de precocidade.
Muitas falam que a criança não engatinhou, se levantou e andou. Falam com orgulho como se fosse sinal de sucesso
 Pular uma fase do desenvolvimento nunca pode ser sinônimo de sucesso.
Todas as fases são importantes.
E o engatinhar no desenvolvimento motor é o mais importante de todas.
Se a criança engatinha corretamente é certo a aquisição de uma marcha estável e ágil.
No engatinhar vamos adquirir a sensação de espaço corporal e a coordenação motora.
É necessário a troca sincronizada dos membros superiores com os inferiores, para o engatinhar tipico.
A criança pode começar o engatinhar de forma atípica, de bunda, para trás ou esquecendo uma perna.
Isso deve ser corrigido, pois distorções do espaço corporal podem ser levadas para o andar.
Existem técnicas onde colocam-se meias com guizos nos pés, pois ao movimentar o som dos guizos serve de estímulo, vira uma brincadeira.
Criança que não exerce essa fase, costuma andar com quedas frequentes, pois ao acelerar o passo não possui a coordenação suficiente para tanto.
No engatinhar o peso corporal está distribuído em 4 pontos, e será transportado para 2 pontos de forma progressiva.
Esse mecanismo evita as deformidades ósseas das pernas, comum com o uso de "anda já."
Se o osso não estiver cálcio suficiente para suportar o peso do corpo, o resultado é vergar.
Com uma ano, idade média para a aquisição da marcha, a criança ainda não possui o reflexo de se  proteger com as mãos durante uma queda.
 O resultado são "galos" na testa, inevitáveis desta fase.
O engatinhar adequado torna a queda ao solo menos frequente, durante o inicio da marcha.
Portanto, a família deve estimular o engatinhar.
Dar espaço para a criança buscar os brinquedos, se erguer com apoio.
Objetos tão usados no passado como "anda já" e "cercadinho", não são mais indicados.
O "anda já" porque ensina a criança a andar sentado, força a suportar o peso corporal de forma precoce, além do risco elevado de acidentes. As rodinhas podem provocar acidentes de consequências graves, por capotamento.
O "cercadinho" por ser muito pequeno, só permite que a criança fique sentada ou em pé, não permite o engatinhar.
Acreditem quem engatinha com qualidade, vai andar com segurança.

                                                                                      Dra. Cristine Aguiar
                                                                                              Neuropediatra

Um comentário:

  1. Oi gostei do post, muito esclarecedor!
    Minha filha tem Esclerose Tuberosa e fez retirada de três tumores da cabeça, pois em consequência tem epilepsia refratária ainda, desde fevereiro onde ocorreu a cirurgia ela começou a engatinhar mas de bumbum, pois os movimentos do lado direito o braço não respondem ao engatinhar de gato, posição mais indicada. Mesmo assim ficamos felizes com sua evolução.
    Um abraço.

    ResponderExcluir