quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Remédio Controlado



 


O uso da medicação de forma correta pela familia é um dos fatores mais importantes para o sucesso da tratamento.
A neurologia realiza tratamento prolongados, isso assusta os pais.
De forma geral, os pais levam a criança ao pediatra que prescreve medicação por alguns dias na maioria das vezes.
Tratamento para doenças agudas é breve, mas diante de casos de epilepsia o tempo de medicação será bem maior.
Primeiro ponto, a medicação é o tratamento! Se você parar por algum motivo ( viagem, falta de receita para comprar ) você parou o tratamento.
São medicações de uso continuo, precisam de vários dias de uso regular para obter resultado.
A falha ou ausência da medicação acarreta o uso descontinuado e assim a perda ou redução da eficácia.
Portanto, se a medicação for prescrita de 12/12hs, você pode escolher o horário mas os intervalos terão que ser de 12/12hs. Ou seja, mesmo horário do dia é o horário da noite.
Caso você esqueça de dar a medicação, dê no momento que lembrar e não modifique o horário seguinte. Assim vai retornar ao  estágio de segurança mais rápido.
Caso haja dúvida, como no caso de vômitos pouco tempo depois da medicação, siga sempre a regra :  Melhor repetir a dose do que perder a dose! Repita a medicação!
Comumente pedimos exames de dosagem sérica de medicação, o valor encontrado do principio ativo no sangue.
Isso é feito para auxiliar os ajustes da medicação.
Pacientes com epilepsia refratária usam doses elevadas de medicação, e o exame auxilia mas será analisado em  um conjunto com outros sinais e sintomas para mexer na medicação.
Quando calculamos a dose usamos o peso da criança, porém quanto essa criança absorve da medicação é variável. Uma porção da dose será absorvida e  o restante será eliminado sem ser absorvido.
Somente a porção absorvida pelo organismo fará efeito.
Com a idade a taxa de absorção de uma mesma criança para um mesmo remédio pode mudar.
Sempre obedeça a prescrição médica, não se pode mudar um remédio que era de 8/8hs para de 12/12hs por conta própria.
Cada remédio tem um tempo de ação que seu médico sabe, você não!
Se você está repetindo receita, pode estar usando uma dose errada que não vai proporcionar segurança de efeito.
Os anticonvulsivantes como vários outros medicamentos necessitam ter sua dose ajustada frequentemente na infância, pois existe o aumento do peso e a mudança no metabolismo da substância.
A recusa da criança a medicação costuma ser passageira, porém não podemos ceder.
Colocar remédio em alimentos é uma medida usada pelos pais, porém as vezes inadequada.
Alimentos muito quentes ou ácidos podem alterar a medicação.
Colocar em alimentos volumosos pode dar um imprecisão sobre a dose ingerida.
Pergunte ao seu médico se pode colocar em alimentos e peça sugestões seguras.
A criança deve ser esclarecida, na medida do possível sobre a importância de tomar o remédio.
Sem o compromisso da família com o uso regular da medicação é impossível sucesso terapêutico.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra


terça-feira, 27 de outubro de 2015

AVC na Infância






O AVC mas conhecido como "derrame" pela população ocorre na infância.
Nas crianças não existem os fatores relacionados pela idade, porém várias doenças do sangue ( anemia falciforme ), má formações cardíacas, complicações de infecções bacterianas são causas de AVC.

A criança vai apresentar quadro semelhante ao adulto, e pode entrar em coma e falecer também.
Comumente fica com sequelas, como um lado do corpo mais fraco (hemiparesia).

Precisamos alertar as famílias e procurar a causa desse AVC, descobrindo a causa vamos trabalhar para ele não se repetir.
Exatamente, se repetir!
 Muitas vezes  a criança apresenta uma doença que até o momento do AVC não era do conhecimento da família.
As doenças do sangue ( hematológicas ) podem apresentar seu primeiro sinal com um AVC, e só após o AVC são realizados  exames e o diagnóstico.
Paciente portadores de anemia falciforme possuem risco elevado de AVC, por isso necessitam realizar acompanhamento com especialista para evitar essa complicação.
Crianças com algumas má formações graves do coração fazem uso de medicação anticoagulante para evitar os AVCs.
Ao atender uma criança com AVC realizamos extensa investigação diagnóstica à procura da causa. Pedimos exames de sangue para estudar a coagulação do sangue e sua a viscosidade.
Examinamos o coração por meio de imagem, mas também no seu funcionamento.
São realizados exames para estudar as artérias e veias cerebrais. Se houver uma má formação e não se fizer nada, outro AVC virá em seguida.
Depois do AVC é indicado a fisioterapia para reabilitação. A criança responde muito bem, pois o cérebro jovem se reabilita melhor, mas se acontecer outro AVC?
Na criança temos que evitar o AVC, sim! Mas principalmente evitar os AVCs de repetição!

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra



segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Depressão na Infância




A depressão, como diversas outras doenças tidas como de adultos, existe na criança.

A família deve estar atenta para perceber a diferença entre uma tristeza passageira do quadro prolongado de tristeza que pode ser depressão.
A criança possui grande labilidade emocional, ainda apresenta episódios de  extremos de tristeza para gargalhadas de alegria em pouco tempo.
Parece estranho, mas é o normal para crianças pequenas. Conforme vão crescendo esta labilidade tende a diminuir.
A atenção deve ser para aquela criança que parece sempre triste, pouco motivada para brincar, sem ânimo para descobrir a vida.
Normalmente a criança coloca esse sentimento para fora, falando que a boneca está triste.
Tristeza não combina com criança, birra sim.
Mas a birra é momentânea, se resolve. Depois a criança esquece, volta a brincar.
Na depressão não, a criança parece doente, fraca, sonolenta, calada.
A família não pensa em depressão, acha que não existe isso na infância.
Infelizmente existe! E infelizmente é a primeira causa de morte em crianças maiores de 4 anos.
Assustador!
Nesta idade a criança não tem noção exata da morte, ela na verdade não quer morrer. Ela quer acabar com a tristeza e descobre a morte. Porém de forma fantasiosa.
Não se deve ter medo, e sim atenção ao caso.
Se a criança fala em morrer, melhor pedir ajuda!
Profissional neurologista ou psiquiatra infantil vão avaliar e te orientar se o caso tem ou não valor.
Mas não menospreze o fato, nem tenha medo de falar sobre o assunto.
Não pense que ao impor limites você vai causar uma depressão, não!
A criança ao ser frustada de sua vontade vai apresentar uma reação de birra ou tristeza, mas momentânea.
 E isso é necessário, a criança precisa crescer, aceitar limites, aprender a lidar com frustrações.
Faz parte do processo de desenvolvimento de personalidade, fortalecimento emocional.
Muitos casos de depressão possuem história familiar e bases reconhecidas pela psiquiatria.

A depressão também é considerada comorbidade do TDAH, pois apresenta maior incidência nesta patologias em relação a população geral.

O que todos queremos é ser Feliz!
As crianças também!

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Transtorno Desafiante-Opositor






Nos dias de hoje parece que esse transtorno ficou mais frequente, na verdade acho que ficou mais visível.
Durante a vida a criança passa por períodos mais difíceis, a pré adolescência e a adolescência são sabidamente momentos de difícil convívio.

Mas o TDO é caracterizado por um comportamento repetitivo de negação, hostilidade e de oposição a regras de uma maneira geral.

Diferente do Transtorno de Conduta a criança do TDO não transgride as regras da sociedade, ela reclama de forma hostil.

Esse trastorno é muito comum nos pacientes de TDAH, principalmente do sexo masculino.

É um menino que ao ser repreendido, usa o ataque como defesa, não reconhece erros e sempre culpa o outro. Possui atitude de oposição aos pais e  professores.

Quando presente a criança perde aquele ar de "boa praça", se torna mau humorado, de poucas palavras, perdendo a paciência facilmente e apresentando acessos de raiva. Vive emburrado e tudo que você fala é rebatido prontamente.

O TDO é considerado comorbidade do TDAH, pois a frequência está acima da população geral.
Na grande maioria das vezes o tratamento é com psicoterapia.
Se não tratado o TDO pode evoluir para o Transtorno de Conduta, onde a criança transgride as regras e parece perder a noção do certo-errado.

Gosto muito de encaminhar esses pacientes para a prática de esportes coletivos (futebol, vôlei e basquete). Quando eles fazem parte de um time fica bem mais fácil aceitar derrotas e dividir alegrias.
Aprendem a pensar como time, meu time perdeu e com isso estamos todos tristes.
Sempre existe o menino que consola o colega, fala para ele não ficar triste.

Não podemos deixar que essas crianças se isolem, esse comportamento afasta os outros e com isso reforça a ideia deles que todos estão contra.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra






quinta-feira, 22 de outubro de 2015

TDAH- Tipo Misto



 


Aqui encontramos as duas caracteristicas combinadas, desatenção e hiperatividade.
A criança tanto se mostra agitada como não apresenta tempo suficiente de atenção sustentada.

Para a escola um verdadeiro caos, pois atrapalha muito a aula.

Da mesma forma temos que avaliar em relação a idade, e levando em conta vários fatores já abordados nos textos anteriores.

O tratamento é um divisor de águas para a vida da familia.
Existem duas vertentes em relação ao tratamento, uma preconiza unicamente as terapias como tratamento. Abolindo a idéia de medicação por completo.
Em outra vertente encontramos o grupo que usa as terapias associadas a medicação.

Não estou aqui para julgar as diversas opiniões, e sim para falar da minha opinião e ajudar o público com a minha experiência.
Quando realizo a diagnóstico de TDAH costumo usar medicação associada as terapias, salvo casos expecionais onde a medicação possui contra indicação.

Acho inapropriado indicar medicação sem ter realizado investigação para diagnóstico diferencial, sem o cuidado na entrevista com os pais e sem a observação adequada do paciente.

Salientando que o diagnóstico de TDAH é clinico e não por exames, precisamos de tempo. Não dá para fechar diagnóstico na primeira consulta. Principalmente porque é comum os pais terem lido sobre o assunto, e apresentarem um discurso de livro.

Outra questão aqui na hora de decidir medicar é a presença do prejuizo. Se existe prejuizo acadêmico ou social.
Se o paciente possui caracteristicas mas não possui no momento prejuizo escolar ou social, encaminho e oriento, mas não indico medicação.
Outro fato que considero desagradável!
 Realizei o diagnóstico, indiquei medicação e consegui bons resultados e agora tenho que exigir consultas regulares.
Qualquer tratamento exige reavalições clínicas ou laboratorias, essas medidas são tomadas para evitar efeitos colaterais e manter o bom resultado obtido.

Esse tema não termina hoje, ainda vou falar de algumas patologias que são consideradas comorbidades do TDAH.
Ou seja estão comumente associadas ao TDAH.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

TDAH- tipo Hiperativo





Esse tipo eu acho mais complicado de explicar.
Por um simples detalhe, as pessoas usam o nome hiperativo para tudo.
Não existem mais meninos "danados"  sumiram da face da terra. Só temos a denominação hiperativo.
Com isso eu falo uma coisa e as pessoas entendem outra.

Toda criança pequena é agitada, faz parte da vida. Se você tem uma filho de 1-2 anos sabe que ele não para, não fica quieto para ouvir uma historinha.
O tempo de atenção é bem pequeno. Existem crianças mais calmas e crianças mais agitadas, mas o padrão dessa idade é a inquietude.

Infelizmente depois do Evento Xuxa ficou padronizado que criança pequena deve assistir DVD infantil, se a criança não assiste está errada e deve ser hiperativo.

Olha o absurdo! A criança pequena está descobrindo o mundo, sobe em tudo, pega tudo.
Pode gostar do DVD, mas nem deveria ser colocada para assistir antes dos 2 anos.
A estimulação visual da TV não é aconselhada em idades abaixo de 2 anos.
Claro que as mães acham essa orientação a maior besteira, não veem nada demais neste hábito.
E se a criança gosta e fica quieta assistindo o DVD todos estão felizes.
O problema está naquela que não assiste.

Novamente tenho que chamar atenção as mudanças sutis que ocorreram nos últimos anos. Moramos em apartamentos cada vez menores, nossas cidades a cada dia se tornam mais violentas. Estamos nos fechando, vivemos entre quatro paredes.
Os momentos de correr no parque, soltar pipa, jogar bola, fazer casinha com palha ficaram no nosso passado. Minha geração ainda viveu isso, e tem ótimas recordações.

No pequeno espaço que temos em casa só é permitido brincadeiras contidas, o vídeo game e a TV.
Uma criança que seja um pouco mais curiosa, desbravadora não se contenta por muito tempo nestas atividades.

Como na desatenção, ao avaliar a criança levo em conta sua idade. Embora a criança seja por mim classificada como agitada, só depois dos 6 anos vou poder firmar o diagnóstico de hiperatividade.

Antes dos 6 anos e diante dessas queixas sempre oriento a prática de esportes. Talvez a única atividade em ambiente seguro que nossos filhos possuem.
O importante é lembrar que essa criança tem que gastar energia,
as crianças hiperativas são simpáticas, boa praça. Conversam muito, perguntam sobre tudo, são curiosas.
Não possuem deficiências motoras ou intelectual.

Já a agitação psicomotora comumente está presente em casos de autismo, retardo mental e não devem ser chamadas de hiperativas.
Cada caso deve ser avaliado por profissional da área, e será tratado.

Como na desatenção, o hiperativo não controla seus impulsos como deveria para sua idade. Não adquiriu o controle esperado para a idade.

Essas crianças provocam muitas queixas na escola. Já que a escola é o primeiro ambiente social com regras bem estabelecidas para o convívio. A criança não espera na fila, se levanta repetidamente, interrompe a professora. Um verdadeiro caos!

Alguns casos possuem apenas a falta de limites! Talvez o diagnóstico de mais  difícil aceitação.

A infância é o momento de descoberta, as atividades na natureza são importantes para desenvolver um individuo feliz.


Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra







terça-feira, 20 de outubro de 2015

TDAH- Tipo Desatento






A maior causa de consultas em meu consultório no momento.
Realizo avaliações diárias com essa queixa, tanto no consultório como no serviço público.
Vou tentar falar sobre as várias formas de TDAH, e outras patologias que comumente se associam ao caso.

Primeiramente entendam que existe 3 tipos, o tipo apenas desatento, o tipo apenas hiperativo e o tipo misto ( desatento e hiperativo ).

Vou falar de cada um separadamente para facilitar.

Começo com o tipo desatento.

Atenção, algo muito difícil de avaliar.
A nossa atenção depende de vários fatores, e todos esse fatores são levados em conta pela neuropediatra.
A criança está descansada? Dorme bem? Tem quantidade e qualidade no sono?
A criança está envolvida com o processo de aprendizagem? Está interessada?
O ambiente escolar é prazeroso? O conteúdo escolar está dentro do nível da criança?

Normalmente quando uma criança chega na avaliação da neuropediatria ela já vem de anos de baixo rendimento escolar, já relaciona a escola com algo desagradável. A baixa auto estima de que não consegue, que é burra já está presente.
Só o profissional da área para conseguir desvendar todos os fatores presentes em cada caso.

Quando falamos: A criança está crescendo. Pensamos logo na altura.
E isso é verdade, a criança está crescendo em altura mas está crescendo em vários outros quesitos também. Está crescendo na sua capacidade de memorização, de raciocínio lógico e de atenção.
Quando avaliamos a criança temos que relacionar com a idade, a neurologia possui marcos.
Só podemos falar que alguém está atrasado para fazer algo, se ele passou da idade limite e não realiza perfeitamente essa função.
Assim usamos a idade de 6 anos como marco, idade limite.
A criança não se transforma aos 6 anos, mas ao atingir essa idade e não possuir a atenção esperada para a idade ela pode ser diagnosticada como Deficit de Atenção.

Uma criança com Deficit de Atenção possui atenção, apenas não possui a atenção que se espera para a idade dela.

As crianças com Deficit de Atenção são alheias, tidas como sonhadoras, pois comumente estão no mundo da lua. Esse padrão é mais comum no sexo feminino.

O neurologista vai avaliar cada caso, e solicitar exames.
Porém esses exames são realizados para diagnóstico diferencial com Deficit de Atenção, com patologias que parecem mas não são Deficit de Atenção.
O diagnóstico de Deficit de Atenção não é firmado com base em exames, é firmado com a presença de critérios clínicos e exclusão de algumas patologias.
Após firmado o diagnóstico será proposto o tratamento pelo neurologista.
O TDAH de forma geral melhora com a idade, a grande maioria das  crianças com TDAH serão adultos que não necessitaram de tratamento.
Mas durante um período longo da vida escolar essa criança merece tratamento, e desse tratamento podemos conseguir uma vida escolar de sucesso.
Por isso, na dúvida é sempre bom realizar uma avaliação, claro que nem todas as crianças que avalio recebem diagnóstico de TDAH.
Existem muitos pais e escolas que exigem uma alta performance de seus filhos, e esse é um caminho muito doloroso para a criança.
Muito nova ela vai decepcionar os pais, sentir que não são capatazes  para tanto.

Cuidado! O que queremos para os nossos filhos é que sejam felizes!

Não escolha como ele será feliz!

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra






segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Relacionamento entre pais e filhos




A educação passa por um período de transição nos nossos lares. Ficamos pouco tempo com nossos filhos e por isso queremos vivenciar esses momentos como verdadeiros amigos. Uma evolução do relacionamento de pais e filhos.

A vida mudou muito, a família também. O mercado de trabalho dos pais exige carga horária, a mulher deixa de ser dona de casa e vira profissional, semelhante ao pai.

Vivemos numa época onde os pais trabalham em média 8 horas por dia, onde as criança permanecem na escola tempo integral.

Além desse aspecto nossa visão de relacionamento mudou, hoje queremos estar próximo aos filhos. Queremos brincar, poucos são os ambientes negados as crianças.

Aquela figura de empregada que ficava com as crianças em casa sumiu. Não temos com quem deixar.
Levamos a criança para todos os lugares.

Essa mudança tem aspectos positivos, vários. Mas quero abordar um aspecto negativo criado por esta situação em alguns lares.

Os pais agora querem ser amigos do filho, mas como consequência estão com dificuldade de manter seu papel de orientador de condutas e valores.
Ao se aproximar demais perderam a hierarquia.Cedem aos caprichos, não conseguem impor os limites.
Essas crianças de hoje são muito articuladas, muito estimuladas e por isso mesmo questionam as regras.Querem impor suas vontades.
Os pais cedem por vários motivos, porque se sentem culpados pela ausência ou por carência.

Ficam tão pouco tempo com os filhos que  acham que nesse pouco tempo não devem criar conflitos, negar.

De um lado temos crianças articuladas e do outro pais perdidos que não foram preparados para serem questionados, e acabam cedendo.
Acabam se omitindo do seu papel principal, educar seus filhos!

Quero lembrar que precisamos exercer nosso papel, ninguém vai ensinar os seus valores ao seu filho, senão você.
 E seu filho não vai deixá-lo de amar por que você brigou com ele.
 Na verdade só amamos quem admiramos, difícil amar quem manipulamos. Vejo amar muito ligado a respeitar, a admirar.
Não consigo ver amor numa relação de chantagem emocional, onde na verdade pequenos tiranos estão exercendo seu poder.
Diversos problemas de comportamento serão abordados, aqui apenas começo um tema.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra


sábado, 17 de outubro de 2015

Síndromes?



Quero explicar uma coisa muito simples mas que no dia a dia provoca tanta confusão.

Os nomes, nomenclaturas na medicina são criados para ajudar, facilitar a comunicação e não o contrário.

Vamos começar com  o significado das palavras.
Síndrome é  um conjunto de sinas e sintomas.
Pronto! Simples assim!

Quando temos paciente com um padrão que se repete de sinais e sintomas, podemos ter uma síndrome.
Para ser, alguém ter que ter notado essa semelhança, e realizado estudos demonstrando que existe um padrão. Quando em médico estabelece um padrão, ganha como reconhecimento seu nome na Síndrome, por isso temos tantas síndromes com nomes chiques, em outra língua.
A Síndrome de Down é muito conhecida, e por isso quando falo síndrome os pais rapidamente associam com algo parecido a síndrome de Down.
Aqui começa a confusão, nem toda síndrome é genética.
Temos síndromes clínicas!
 Na neuropediatria temos muitas síndromes, algumas clínicas e outras genéticas.
Para ser genética precisa ter um de seus sinais nos genes, na herança genética. As síndromes genéticas são herdadas, o individuo nasce com ela.
A síndrome clinica não. Em um momento da vida esse paciente apresenta um conjunto de sinais e sintomas e com isso  uma padrão clinico, como por exemplo a síndrome de West.

Essa síndrome é clinica, o neurologista fecha o diagnóstico da síndrome de West quando o paciente apresenta como alteração de EEG ( hipsarritimia ), tipo de crise ( espasmos ), presença de atraso do desenvolvimento.
Com o passar do tempo o paciente pode mudar, e neste exemplo usado muda.
A criança pelo seu próprio desenvolvimento vai mudar suas ondas cerebrais, com isso vai mudar as alterações das ondas. Quando ela perder o padrão de EEG tipico da síndrome de West ela deixou de se encaixar naquele conjunto de sinais e sintomas.
Ela deixou de ser síndrome de West!
 Ela ficou curada da epilepsia ? Não
 Ficou melhor ou pior? Depende para onde ela evoluiu, para um padrão melhor ou para um padrão tão pior?
Apenas deixou de ter o padrão da síndrome de West.
Então, falamos que a paciente teve síndrome de West. Teve, passado!

Pode não parecer mas a classificação do paciente quando realizada ajuda muito o médico a escolher o tratamento, pois normalmente já se sabe quais os remédios que essa síndrome costuma responder e quais nem adianta tentar. O médico ganha uma orientação, pois o padrão já foi estudado.

Então temos síndromes clínicas e síndromes genéticas.

Agora um detalhe, se um paciente nasceu com uma síndrome genética durante sua vida ele vai ter diversas doenças. Doenças de várias áreas, viroses, gastrites, pneumonias.
E com isso ele pode desenvolver uma síndrome clínica. Pois é !
Posso ter uma síndrome de Down ( síndrome genética ) que possui epilepsia. Algumas crianças com Down  tem epilepsia.
 E aí em algum momento essa criança pode ter uma síndrome clínica, como a síndrome de West.
Por isso é possível um paciente ter Síndrome de Down com Síndrome de West.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra



sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Porque o EEG muda?



 


Essa foi uma questão levantada por uma mãe no grupo" Mãe da Epilepsia".
Ao perceber esse tipo de dúvida por parte das mães percebi a necessidade desse blog, espero poder ajudar com meu texto.

O EEG ( eletroencefalograma ) é o estudo das ondas cerebrais. Esses traçados de EEG, que coloquei ilustrando, de forma simplificada são traçados de ondas cerebrais.
Esse exame é fundamental nos casos de epilepsia, pois a origem das crises está na alteração de ondas cerebrais.

Qualquer pessoa ao olhar esse exame vai ver como  estranho esse "rabiscos".
Esses "rabiscos
" são uma ciência.                                                                      
O neurologista estuda para entender as alterações do EEG, se especializa para entender essas alterações.
 Não é um exame de fácil interpretação.
Não tenho a intenção de explicar as alterações com esse texto.
Tenho o objetivo de explicar algumas particularidades do exame.
Vamos lá!  
                                                 
 Onda, onda cerebral. Percebe? Algo que muda continuamente como água corrente.
Costumo explicar o EEG comparando a um rio.
Se eu quiser examinar a água de um rio, poderia examinar toda a água do rio?
Claro que não, a água que esta passando aqui é diferente a cada minuto. A água que examinei já esta lá na frente.
Mas eu tenho como examinar esse rio com amostras dessa água.
Eu preciso de várias amostras colhidas em tempos diferentes, quanto maior o número de amostras maior será minha credibilidade.
ostras maior será minha credibilidade.                                                                                                                                                                                                                                        
Da mesma forma o neurologista examina as ondas cerebrais !
Cada EEG é uma amostra de ondas cerebrais.
O conjunto dessas amostras vai dar condições de concluir como é o padrão das ondas cerebrais dessa pessoa e da alteração que ela possui no momento.

Entendam que as ondas mudam com a idade, a criança está num processo de desenvolvimento cerebral. Estudamos algo que na normalidade já muda, as alterações vão mudar também, se transformar.
Quem tem epilepsia realiza frequentemente EEG, porque precisamos avaliar o tratamento.
Avaliar o que está dando certo e o que não está dando certo, com crises ou sem crises.
Mas se a criança está com crises o neurologista pede mais frequentemente o exame.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra






quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Agradecimento aos professores




Hoje é o dia!
Hoje aplaudimos o trabalho desses profissionais que possuem a arte de ensinar.

São  pessoas que escolheram para a vida a arte de encantar, de desvendar o conhecimento.

Profissão tão difícil quanto a minha, que requer dedicação semelhante. Talvez por isso estejam tão próximas no calendário.

Mas quero abordar outro aspecto neste texto:

A vida mudou, nosso tempo com os filhos diminuiu muito. O tempo da escola aumentou para compensar. Muitas crianças ficam período integral na escola, inclusive os meus.

E como médica assisti uma transformação na área de atuação do professor.

Quando iniciei meu consultório há alguns anos, recebia crianças encaminhadas pela escola para avaliação por baixo rendimento escolar.
Com o passar dos anos comecei a receber crianças com fobias, alimentação seletiva, dificuldade de socialização, tristeza e etc... todas encaminhadas pela escola.
Os pais relatam que a escola pediu, a escola orientou, a escola sugeriu que a criança fosse avaliada por um neuropediatra.
Eles não perceberam !
Não viram esses sintomas nos filhos, trazem por solicitação da escola.
O professor reconheceu sinais de possíveis doenças, distúrbios ou atrasos do desenvolvimento.
O professor  tão ocupado na sua tarefa de transmitir conhecimento, agora se torna agente de saúde.
Um novo papel em uma nova sociedade!



Quero dar os Parabéns aos Professores!
Muito Obrigado!


Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra



quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Aprender é um processo! - parte II



 



São tantas as causas de baixo rendimento escolar e muitas tão subjetivas.

Partindo do ponto que aprender é um processo, precisamos dar sequência. Se a criança não domina um conteúdo não podemos avançar.

A matemática é assim, só devíamos ensinar a tabuada a quem já sabe somar.
E ao ensinar a tabuada mostrar que aquilo é uma soma de iguais, e não  números jogados.

Tudo na verdade é uma sequência de conhecimentos que nos levam ao processo de aprendizagem.

A escrita e leitura também, a criança necessita desenvolver coordenação motora para realizar a cópia e depois a escrita.
Essa coordenação começa a ser trabalhada no Infantil, com a massinha de modelar e pintura de dedos. Mas os pais acham que aquelas tarefinhas são bobas, besteira.
E que se a criança não realiza a pintura é porque não gosta ou não tem paciência para essa besteira, quer brincar.
Pintar deve ser prazeroso, se não está sendo devemos avaliar com cuidado.
Desenhar é lazer para a criança!

O homem das cavernas começou a realizar desenhos, depois evoluiu para símbolos e depois criou uma linguagem escrita. Evoluiu num processo!

Muito errado esperar o período de alfabetização para perceber que a criança não possui coordenação motora fina para a cópia e escrita.

Perdemos tempo precioso, coordenação motora fina vai necessitar de muito exercício. Pode estar indicado Terapia Ocupacional ou apenas Arteterapia.
Mas ele tem 7 anos e já precisa aprender a ler e escrever? E agora?
Na maioria das vezes vai se empurrando com a barriga.
 E da mesma forma que aprender é um processo, a dificuldade escolar se transforma em uma bola de neve.
Agora ficou tudo misturado!
 Deficiências associadas a posturas inadequadas da escola e dos pais, além de inadequação de ano escolar.
Só um profissional experiente para desfazer esse nó, descobri o que veio primeiro e o que veio como consequência.
Com essa visão mas clara podemos elaborar um plano de ação para reiniciar o processo de aprendizagem.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra


terça-feira, 13 de outubro de 2015

Aprender é um processo!





Estamos próximo ao Dia do Professor, e gostaria de falar do processo de aprendizagem.

Aprender deve ser um processo, aonde a criança se sente estimulada a descobrir e pesquisar.
Com isso ela vai respondendo todos os "porquês" que habitam sua mente inquieta por novidades.

Se estudar é uma rotina chata, sem atrativos não tem como haver bom rendimento.

São crianças! Elas não sabem e não adianta muito explicar que estudar é importante para o futuro delas.
O futuro é algo que nunca chega, que está distante ....como a lua.

Vejo todos os dias crianças encaminhadas por baixo rendimento escolar, nem todas possuem doenças associadas.
O profissional que avalia precisa levar em conta muitos fatores, inclusive o grau de escolaridade dos pais.

Se a família é composta por pais que atuam em áreas acadêmicas, os filhos costumam querer essas profissões.
Se os pais são donos de pontos comerciais seus filhos sonham com isso também, acham que para essa função o pai não estudou muito.

Nossos filhos são nossos espelhos! Vocês são o melhor que ele poderá vir a ser! ( na cabeça deles )

Precisamos de professores que facilitam o processo de aprendizagem, transformando em algo atrativo e  interessante.
E de pais que estudem com seus filhos, não para a prova! Mas como o catavento se move, a força do vento que impulsiona suas pás e esse movimento gera energia.

Existem tantas coisas espalhadas por ai aonde a matemática, a física, o português e a geografia estão presentes!
Falta desvendar! E esse processo de desvendar é fascinante para as crianças!

                                                                                        Dra. Cristine Aguiar
                                                                                              Neuropediatra

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Comparação Lúdica





          Hoje fecho a semana da Conscientização da Paralisia Cerebral, e resolvi dividir uma experiência minha do inicio da carreira.

         Há alguns anos estava num hospital, na enfermaria e ao dar a alta da criança realizei os encaminhamentos para Fisioterapia e Fonoaudiologia. A mãe se virou e perguntou: Pra que? Ela não está de alta?
Neste momento percebi que ela não tinha entendido nada, seu filho tinha Paralisia Cerebral e a alta se referia ao tratamento de uma pneumonia aspirativa.
Mas eu mesma tinha explicado tudo.
Neste momento criei de improviso uma forma de comparação.

     " Vamos imaginar que eu tenho um lindo jardim, um roseiral. Só rosas! Mas estou sem água para regar meu jardim, faltou água por 3 dias.
Hoje a água voltou! Meu jardim está igual? Tão lindo como era?
Ela me respondeu: Claro que não doutora!
Pois é! Não está, porque vejo no meu jardim o que a falta de água causou.
Mas já voltou, eu tenho água hoje.!!
Não importa, continuo vendo rosas murchas.
E agora?
Agora vamos cuidar desse jardim, rezar para que não falte água, vamos adubar, revolver a terra, colocar um escoro nas rosas que estão pendendo.
Certo?
E o meu jardim vai melhorar? Vai ficar igual?

Neste ponto da conversa a mãe do paciente estava seguindo meu raciocínio.

Pois é! Claro que meu jardim vai melhorar, mas quanto? Vai depender da natureza destas rosas, depende do meu serviço de jardineiro e de tempo.
Eu não posso ter a certeza que o jardim ficará igual agora, só com o tempo e vou poder responder.
Entendeu tudo?
Pois, seu filho é esse jardim. Faltou oxigênio para o cérebro dele! Agora ele está respirando bem, mas você vê as marcas da falta do oxigênio.
    A Fisioterapia é o revolver a terra, a alimentação correta é o adubo e você é o jardineiro.

    Seja um excelente jardineiro e seu filho vai melhorar muito, vamos conseguir !"

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Paralisia Cerebral- Parte III




           Hoje quero falar sobre cuidados que previnem problemas graves e penosos para as crianças com Paralisia Cerebral.
          Essas crianças são inicialmente molinhas quando bebê, o que denominamos " hipotonia".
          Por isso demoram para sustentar o pescoço, parecem um bonequinho de pano.
Com o passar do tempo a espasticidade vai aparecer, a rigidez dos braços e pernas.
Porém o tronco permanece molinho, hipotônico.
         Os pais na ânsia de verem os filhos evoluindo, sentando e andando não respeitam essa fase.
Querem colocar a criança na posição sentada, pensando que assim ela vai conseguir a força mas rápido.
         O que acontece é apenas uma criança sentada, porém curvada para frente e pendendo para algum lado.
         Os  músculos que ficam ao lado da coluna precisam de força para manter essa coluna ereta, se você coloca a criança sentada e ela não possui essa força, curva.
         Essa força vai existir. Calma! Depois de muito trabalho de fisioterapia, paciência e dedicação.
Por tristeza quando se consegue a força na maioria dos casos já existe a deformidade óssea da coluna ou da caixa torácica por posição viciosa.
        Aqui está o motivo das crianças da Paralisia Cerebral apresentarem escoliose e comumente necessitar de cirurgia de coluna para correção.
        Orientar a posição correta da criança no braço, o uso de bebê conforto e respeitar as limitações previne as deformidades ósseas na maioria das vezes.
        Esse bebê é diferente, precisa de um tempo bem maior para você poder segura-lo no braço da forma tradicional. O ideal é segurar a criança sempre com a coluna bem alinhada, como se fosse uma cadeira. Mas cansa muito o braço que faz a função de assento, por isso use o carrinho e/ou bebê conforto com apoio nas laterais.
      Com esses cuidados podemos evitar cirurgias longas e delicadas e com pós operatório difícil para crianças. Cirurgia de coluna é complicado em adultos imaginem em crianças.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

     



quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Paralisia Cerebral-Parte II






Continuando esse assunto falarei hoje da deglutição.

O mecanismo de engolir os alimentos é muito mais sofisticado do que a maioria das pessoas pensa.
Para se engolir necessitamos de força da musculatura além de coordenação entre os músculos envolvidos. 
Na Paralisia Cerebral temos essa função comumente afetada.
Sendo este o motivo de aspirações. Aspirar é a entrada de quantidade mesmo que minima de alimento nas vias aéreas, pulmões.
Quando a criança aspira se inicia um processo inflamatório que rapidamente evolui para uma pneumonia.
O rapidamente se refere a questões de horas.
A pneumonia é a doença mais comum das crianças com Paralisia Cerebral, e infelizmente responde pela maioria dos óbitos.
Por isso é tão importante trabalhar bem a função de deglutição para evitar as aspirações.

Aqui entra o papel da fonoaudiologo, esse profissional pode trabalhar essa função. Ele também vai ensinar técnicas para você alimentar seu filho de forma segura (sempre sentado, em pequenas porções por vez, sem pressa )
Mas várias coisas podem ser feitas pela mãe em casa para trabalhar a deglutição.

Vou falar de algumas ações fáceis e que ajudam a deglutição.

O sabor, o paladar deve ser exercitado. Sabor puro, de suco de frutas e chás no inicio.
Quando provamos qualquer alimento realizamos um movimento involuntário da língua carregando esse alimento para a parte posterior da boca.
Para não haver engasgos oriento molhar a colher com suco de diferentes frutas, provar não é se alimentar.
Aqui será feita um exercício, coloca-se a colher molhada com mel, suco de uva, chá de boldo, sumo de limão, suco de acerola e assim por diante.
Colher molhada com o liquido, a criança será surpreendida com sabores distintos.

Não existe a necessidade de saber engolir, pois a quantidade é minima. E você deve colocar o doce, azedo e amargo dentro do mesmo exercício.

Se a criança já realiza o movimento de mastigar porém de forma ainda inadequada e não confiável, você pode lançar mão de alguns mordedores que permitem colocar alimentos dentro de uma redinha de proteção.
São ótimos, pois a criança pode provar sabores diversos, pode ser apresentada as frutas in natura, como gomos de tangerina, morangos, manga e etc.
E nesse momento ainda estará realizando exercício para o aumento da força necessária para a mastigação adequada.
As mães colocam tudo junto na sopinha, mas esses sabores em separados são estímulos! 

Parece maldade para alguns, mas a criança normal pega tudo e leva a boca, conhece o mundo pela boca. Coloca até o que não é de comer!
A criança com Paralisia só conhece o que você coloca na boca dela, ela não sabe o sabor de uma cebola, de uma salsinha, de um pimentão.
Qual a maldade em dar ao seu filho o mesmo estimulo que as outras crianças?
 A fase oral é importante e deve ser vivenciada.



Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Paralisia Cerebral- Parte I







Paralisia Cerebral - Parte I

Termo antigo, todo mundo sabe o que significa.
Mas considerado grosseiro e que gera confusão com Paralisia Infantil.
Atualmente consideram mas adequado Encefalopatia Hipóxica-isquêmica!

Na minha opinião o objetivo maior é a comunicação, por isso uso Paralisia Cerebral!
Essa doença infelizmente é a causa mas comum de retardo mental e atraso motor das crianças,
È causada pela falta de oxigênio, no parto na maioria das vezes.
Com o aumento de partos prematuros o número de crianças com Paralisia Cerebral aumentou muito, o prematuro não tem o pulmão maduro para respirar.

O cérebro necessita de oxigênio para viver, a falta de oxigênio deixa marcas permanentes.
Dependendo do tempo que o oxigênio faltou podemos ter casos de graus variados.

O tratamento consiste em restabelecer funções, e para isso Fisioterapia Motora é um ponto que necessita ser abordado.

Vamos dividir a Fisioterapia M
otora em 2 tipos básicos de exercícios: ativo e passivo
Ativo é quando o paciente realiza o exercício, realiza força.
Passivo é quando o profissional da fisioterapia realiza um exercício para mobilizar o paciente.
Nos dois casos temos benefícios, porém a forma ativa é capaz restabelecer funções.
Na forma passiva conseguimos evitar retrações musculares graves e limitações das articulações.

O importante é iniciar a reabilitação motora de forma o mais precoce possível, as respostas são animadoras.

A terapia de reabilitação motora pode ser realizada por meio da hidroterapia, as vezes bem melhor aceita pelas crianças. A natação sempre é uma boa opção mas só possível em casos mas leves.

A aplicação da toxina botulínica mudou e ajudou muito a terapia de reabilitação, deve ser realizada por médico da ortopedia, fisiatria ou neurologia.
Essa medicação é realizada em músculos específicos definidos pelo medico, a medicação é injetável e pode ser realizada com anestesia local ou sedação.
A duração do efeito é de no máximo 6 meses, por isso é comum reaplicações.
Só tem sentido aplicar Toxina Botulínica se o paciente realiza fisioterapia, caso contrario o ganho será momentâneo e totalmente perdido com 6 meses.

A terapia com cavalos é muito usada por ter ótimo efeito no controle do tronco e por criar um laço com o animal que desenvolve outras habilidades na criança.

Durante toda essa semana vou falar sobre um aspecto da Paralisia Cerebral, hoje dia 07 de Outubro comemoramos o Dia da Conscientização da Paralisia Cerebral






segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Introdução ao blog






Sempre tive o cuidado de explicar aos meus pacientes a neuropediatria de forma clara e acessível.
É uma prática diária em meu consultório.
Com a experiencia das mídias sociais percebi o quanto a neuropediatria ainda se encontra fora do alcance do público, nos grupos as mãe perguntam coisas tão básicas. Juro que me surpreendi, percebi que as dúvidas precisam ser esclarecidas de forma ainda mais simples.
Então me veio a ideia de criar este Blog!
Quero postar os assuntos da Neuropediatria evitando termos técnicos, deixando o mais simples possível.


Isso é possível!
Encaro como desafio e terei imenso prazer de no futuro ver que consegui deixar o conhecimento claro e acessível.


"Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina "
                                                                        Cora Coralina