segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Ser modelo para o filho!





Nós somos modelos de comportamento para os filhos.
Quando os pais trabalham e estudam estão dando modelos de comportamentos aos filho.
Por isso, filhos de pais com trabalho que envolve carreiras acadêmicas acabam estimulando seus filhos ao estudo.
A criança  vê o pai lendo e estudando!
Fica quase que inconsciente o ato de estudar como sendo o normal.
Já pais com carreiras no comércio a criança não vê a aplicação na prática do estudo, e precisa ser explicado o estudo envolvido na atividade.
É necessário que a criança perceba a aplicação prática do estudo na vida diária.
Pais com carreiras menos acadêmicas devem ficar atentos para mostrar que no trabalho também usam os conhecimentos aprendidos na escola.
Nós somos os modelos do que eles desejam ser no futuro.
O prazer do estudo se relaciona com a familia, e com o valor que a familia dá a escola.
O trabalho atual dos pais possui muita importância na visão das crianças.
Já ouvi relatos de crianças de pais comerciantes onde não viam a importância da escola para exercer a mesma função dos pais.
E os pais ao invés de explicar que o comércio exige raciocínio rápido, matemática de custo, a arte da negociação colocam que desejam o filho doutor.
Com mais estudo o filho será um melhor comerciante, saberá calcular melhor custo, estoque e tudo mais.
Fique atento e mostre que você usa o português e matemática da escola na vida e no trabalho.
Estudo tem que ser valorizado, a carreira acadêmica vem como consequência do estudo e das vocações de cada um.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Abuso de analgésicos na infância!

 



O abuso de medicação se tornou problema na faixa etária pediátrica nos últimos tempos.
Quase toda familia costuma fazer uso de analgésicos simples como dipirona e paracetamol nos filhos, mesmo sem a certeza de sua necessidade.
Este uso indiscriminado de analgésicos complica e tardia diagnóstico na pediatria.
Criança possui algumas particularidades, não sabe definir corretamente o que sente e aceita facilmente ser sugestionada pelos pais.
Este fato é comum em casos de enxaqueca, mas também mascara quadros dolorosos da pediatria.
Se é errado a auto medicação na vida adulta, imagine na vida infantil.
O abuso de analgésicos se torna muito comum na neuropediatria, nos casos de enxaqueca.
A enxaqueca se tornou uma causa comum de dor de cabeça na infância, tendo seu maior vilão a alimentação rica em gordura e fast foods.
A criança queixa-se frequentemente de dor de cabeça e é prontamente atendida pelo uso de analgésico.
A grande maioria das pessoas ainda consideram a dor de cabeça como sinal de problemas visuais.
Sendo que problemas visuais perfazem apenas 10% dos casos na infância.
A enxaqueca é responsável por mais de 80% dos casos de dores de cabeça na infância,  possui nesta faixa etária estreita relação com alimentos.
Muito difícil retirar as guloseimas na infância, então se faz uso de analgésicos e se procura outra causa para justificar o quadro doloroso.
Com a mudança alimentar dos últimos anos, os alimentos ricos em gordura são consumidos na própria casa.
E o aparecimento da dor de cabeça em crianças que herdaram esta patologia migrou de 14-16 anos para 4-6 anos de idade.
O que mais escuto é a frase: Não é normal criança ter dor de cabeça!
Não era! Agora é!
Pagamos um preço pela alimentação mais industrializada.
E neste caso o abuso de analgésicos será um dos fatores de pior prognóstico para o tratamento da enxaqueca infantil.
Falando da pediatria geral, se há dor precisamos encontrar o motivo.
Quanto mais você usa analgésico e consegue o controle, a visita ao pediatra só ocorrerá  quando os analgésicos simples não conseguirem abolir a dor.
Por isso, na pediatria observe a criança.
Peça para ela falar o que sente, não sugerindo local ou nomes como dor.
Use inicialmente algo caseiro como chá, caso não solucione a sensação da criança pode usar analgésico, porém fica atento a frequência desta queixa.
Se for necessário uso frequente de analgésico é porque necessita de avaliação e diagnóstico do quadro.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Síndrome de Sturge Weber: a marca do vinho!

Existem crianças que nascem com sinais, estes sinais de nascença são de extremo significado na medicina.
Seu formato e sua coloração são características que os definem quanto a coexistência de outras alterações.
Na neurologia temos diversas doenças as quais se acompanham de manchas ou sinais pela pele.
Pois o mesmo tecido embrionário que origina a pele, origina o sistema nervosos, portanto se a pele possuir alterações de cor ou textura o mesmo pode ter ocorrido no sistema nervoso.
Aprendemos no decorrer do tempo a ficar atentos a este detalhe no exame físico e com isso determinar quais os sinais de nascença importantes para o diagnóstico.
Existem alguns sinais já bem correlacionados como: as manchas café com leite e o sinal vinhoso em metade da face.
O sinal dito de sangue que se apresenta em metade da face ao nascer pode ser determinante para o diagnóstico da Síndrome de Sturge Weber.
Neste caso o sinal possui cor vinhosa proveniente de uma proliferação de vasos sanguíneos na pele, se estende deste a fronte até a região das bochechas.
Na pele possui a alteração estética, porém na Síndrome em questão existe proliferação semelhante de vasos em parte da membrana que recobre o cérebro do mesmo lado do sinal da face.
E esta alteração produzirá por consequência calcificações, as quais possuem potencial para originar crises convulsivas.
Assim paciente com Epilepsia e sinal de sangue vinhoso em metade do rosto são ditos portadores da Síndrome de Sturge Weber.
Estas convulsões costumam ser de difícil controle, pois a área epileptogênica é extensa.
Feito o diagnóstico é necessário, além do controle das crises a investigação para glaucoma.
Esta proliferação de vasos ocasiona também o aumento da pressão intra ocular, o glaucoma.
A deficiência cognitiva destes pacientes costuma ocorrer pelo número sucessivo de crises convulsivas ocorridas.
Nem todo paciente portador de Sturge Weber cursa com crises de difícil controle, porém infelizmente a maioria se porta desta maneira.
Aqui um sinal de pele me alerta sobre a possível existência de alterações outras, não visíveis ao exame físico mais de importância absurda no manejo e tratamento do paciente.


Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

domingo, 9 de setembro de 2018

Explicando a Lei do Benefício do INSS!

Recebo diariamente pessoas que me pedem laudo médico com o intuito de solicitar o benefício do INSS.
Infelizmente muitos são mal orientados e se julgam com este direito.
É importante conhecer a lei para saber se possui direito antes de requer o beneficio.
O beneficio do INSS é regido por uma Lei Orgânica (LOAS) na qual especifica quem tem direito ao benefício.

Primeiro item se refere a doença:
A doença com CID escrita no laudo precisa ter caráter incapacitante ao paciente.
Ou seja o deixa incapaz ao trabalho!

Aqui surgem os primeiros erros das famílias, fazer uso de medicação controlada não é requisito.
Os pais acham que por eu ter prescrito remédio controlado para epilepsia é motivo para ter direito ao beneficio, não é!

Segundo item se refere a pobreza:

As famílias tentam me relatar suas dificuldades financeiras, eu não julgo nada.
Embora escute situações de extrema dificuldade, a Lei descreve quem é pobre para ela.
Por isso o termo Pobre na forma da Lei!

Pobre na forma da lei é o individuo que tem a renda familiar dividida por seus membros, tendo este valor encontrado menor que 1/4 do salario minimo vigente.
Todas as pessoas que moram sobre o mesmo teto são classificadas como família pela Lei.

Estes são os dois itens principais a serem exigidos!

Os outros são itens de exclusão.

A Lei não permite 2 benefícios numa mesma família.
A Lei exige que seja brasileiro nato.


Assim, caso seu filho esteja dentro dos itens necessários peça o laudo médico com CID ao seu médico do SUS.
Dê entrada, será feita perícia médica para confirmação da invalidez e pesquisa dos CPFs dos membros da família a procura de rendas não informadas.

Se seu pedido for negado, haverá a descrição do motivo porque foi negado.
Sempre exite a possibilidade de você recorrer desta negativa, procure a defensoria pública e recorra caso considere injusto.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Existem crianças difíceis?


Não existem crianças difíceis, existem temperamentos mais difíceis!
Algumas crianças não aceitam bem o dialógo, ao choram por tudo!
Ou ficam caladas diante dos questionamentos!
Estes comportamentos dificultam sua educação e exigem dos pais paciência e bom senso.
Não podem servir para manipular os pais e permitir tudo!
Quando os pais não conseguem resolver as situações do dia a dia é aconselhado pedir ajuda a um profissional da psicologia.
Nem todos os comportamentos inadequados podem ser justificados por patologias, mas alguns o são.
Nenhum comportamento inadequado deve ser alimentado pelos pais com posição de submissão.
Na família atual se torna mais difícil o reconhecimentos dos defeitos sem fazer uso de justificativas.
Estas mesmas justificativas vão adiar o diagnóstico de desvios do comportamento ou patologias.
Não justifique um comportamento com o que você acha, o tempo que este comportamento inadequado permanecer dificultará sua resolução.
Ame sem super proteger!
Ame tentando ajudar o seu filho a se tornar um individuo independente, correto e feliz!
Procure avaliar seu filho de forma critica, escute as criticas de terceiros. Podem não ser verdadeiras, mas merecem avaliação do seu bom senso.
A professora possui normalmente uma facilidade para avaliar crianças, além de experiência com esta faixa etária, possui  convivência diária e o método comparativo.
É uma opinião válida, escute!

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Conversão! Você conhece?


 





 
O nosso lado emocional pode nos pegar peças!
Podemos converter nossos sentimentos em sinais e sintomas, e isso é muito comum.
Quando estamos ansiosos nossa mão fica mais gelada por exemplo.
Podemos ficar pálidos, ofegantes, tossir e etc... por fatores emocionais.
Quer dizer convertemos sentimentos em sensações físicas.
Existe um evento chamado Síndrome Conversiva, neste evento o individuo realiza diversos sinais e sintomas com causa emocional.
A síndrome conversiva possui dezenas de sinônimos: Pit, pseudo crise, crise nervosa e etc...
Às vezes é muito fácil o diagnóstico de uma conversão, em outros casos muito difícil.
Separar quais os sintomas são emocionais e quais são justificados pela doença do paciente pode não ser fácil.
Isso porque vários pacientes apresentam crises emocionais associadas a sua doença.
Na epilepsia estima-se que 40% dos pacientes apresentam pseudo crises, isso dificulta em muito o manejo das medicações.
A família às vezes ajuda o médico a separar os eventos, e às vezes induz o médico ao erro, pois não acredita na possibilidade de causa emocional para justificar nenhum sintoma.
O importante aqui é esclarecer que todos nos podemos converter sentimentos, e que nestes eventos conversivos as medicações anticonvulsivantes não produzem qualquer efeito.
Também é importante salientar que esta conversão não é consciente, para não haver uma ideia que o paciente estaria fingindo.
No caso de associação de crises convulsivas com pseudo crises será necessário o trabalho da psicologia e talvez da psiquiatria.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

domingo, 29 de julho de 2018

Mídia Zero no TEA





Há alguns anos se tornou natural colocar crianças no celular assistindo vídeos.
Não faz muito tempo, os DVDs da Xuxa iniciaram este modelo.
O que chama a atenção é o fato que as famílias colocando crianças ainda bebês para assistir DVDs infantis acham que estão fazendo O Bem, estimulando corretamente seus filhos.
Imenso erro!
Não estão! Os DVDs infantis não estimulam corretamente as crianças, por acaso estão contra indicados em menores de 2 anos.
Abaixo de 2 anos a criança não deveria ser submetida a aparelhos eletrônicos de telas luminosas, pois este estímulo luminoso pode desencadear crises convulsivas devido sua foto estimulação.
Em maiores de 2 anos continuam não sendo indicados para as crianças, pois ao assistir a criança é um mero telespectador.
Não existe interação ou comunicação com o DVD ou celular.
A criança pequena necessita descobrir o mundo e aprender a se comunicar com os demais.
No caso de crianças portadoras do TEA- Transtorno do Espectro Autista recomendamos mídia zero!
Estas crianças já possuem dificuldade de comunicação e interação, ao usar o celular assistindo videos repetidamente os pais estão oferecendo e reforçando a não comunicação.
Ao ser retirado das mídias as crianças portadoras de TEA apresentam sinais de melhora na interação com a família em uma semana.
O celular, DVDs e vídeo games são usados na infância atual, não temos como evitar.
Porém não são estímulos adequados, portanto os pais devem restringir seu uso e não estimular.
Caso seu filho não esteja dentro do TEA, libere poucas horas no uso destas mídias.
Entenda, melhor estimulo para o seu filho é você!
 É brincar com outros e descobrir o mundo!

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Qual a alimentação correta para os pacientes neurológicos?




Qual alimentação correta do paciente neurológico com dificuldade de mastigação e deglutição?
Na prática as mães costumam manter a alimentação com base no leite, usada quando ainda eram bebês.
Por fazerem uso de alimentação pastosa ou semi pastosa aquela sopinha do bebê de 10 meses perdura por anos.
A mãe tem muito medo de oferecer alimentos como o feijão, mandioca, milho por considerar fortes demais.
Ainda existe o problema da constipação e do refluxo gastroesofágico que costumam estar presentes neste paciente.
Todo este contexto proporcionou o campo adequado para o aparecimento de doenças nutricionais muito especificas e portanto raras na população em geral.
Neste texto quero salientar o surgimento de casos de Escorbuto, doença dos marinheiros na época das caravelas.
O escorbuto é uma doença causada pela deficiência da vitamina C!
Como a vitamina C é facilmente encontrada em diversas frutas, mesmos as crianças mais chatas com a alimentação acabam consumindo de forma adequada.
Porém, o nosso paciente neurológico só come o que lhe é dado na boca! E a mãe não dá sucos cítricos para os bebês.
O suco de frutas cítricas foi retirado pela nutricionista da dieta dos pacientes com refluxo gastroesofágico.
Assim surge a deficiência da vitamina C nos nosso pacientes.
No escorbuto existe sangramento de gengivas, dor de articulações, deformidades ósseas e até fratura por manuseio.
Diagnóstico muito difícil, pois não é pensado!
As mães devem ser orientadas por nutricionistas ou pelo seu bom senso!
A criança neurológica deve ter como todos nós um dieta balanceada, com o maior número possível de combinações. Deveriam usar diversas fontes de proteína, legumes variados e frutas.
Por dificuldade de deglutição acabam ingerindo pouco líquidos, mais isto piora a constipação crônica que possuem.
As mães devem manter os nutrientes da dieta o mais aproximado possível da dieta usada por crianças da mesma idade e sem restrições de deglutição e mastigação.
Apenas a forma de oferecimento deve ser adaptada!
Fiquem atentos, pois a medicina evolui sempre e a cada dia nossas crianças viverão mais!
Problemas que não víamos há anos atrás agora nos surpreendem.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra



segunda-feira, 21 de maio de 2018

O escolher e o decidir são funções cognitivas!




A deficiência cognitiva  esta presente em diversas patologias da neuropediatria, como por exemplo: síndromes genéticas diversas, anóxia neonatal, crises convulsivas refratárias e etc...
Em diversos casos não poderemos tratar a causa e sim trabalhar as dificuldades do paciente.
Assim as terapias de reabilitação são fundamentais para se conseguir explorar o potencial de cada um.
Pois todos possuem potencial, não aqueles desejados pela família, mas o seu potencial.
Uma criança trabalhada em equipe multiprofissional terá maior independência e desenvolvimento do que uma criança com a mesma deficiência, porém sem tratamento.
Mas existe um aspecto que quero chamar atenção neste texto!
Estas crianças necessitam de comandos, elas por si só não conseguem realizar uma função tão fácil para as demais.
Explico melhor: estas crianças não conseguem inventar brincadeiras, não conseguem desligar a TV e resolver montar um quebra cabeça ou mesmo um jogo mais simples de montar.
A decisão, o comando do que vamos fazer é uma função cognitiva.
As crianças típicas decidem se queremos assistir TV ou se agora querem pintar, ou desenhar, ou brincar de carrinho.
Ou seja, decidem o que vão fazer quando estão em casa no seu tempo livre, e mudam de uma atividade para outra com facilidade.
Já nas crianças com deficiência cognitiva este "decidir" esta prejudicado, não sabem por vontade própria ter esta iniciativa.
Precisam de comandos, alguém oferece uma atividade e acompanha esta atividade.
Por isso, deixar crianças com deficiência cognitiva em casa sem a atenção que necessitam é um grande erro, e fruto dos diversos distúrbios de comportamento.
Estas crianças devem ter seu dia ocupado com diversas atividades, necessitam deste comando.
A escola dá este comando, pois a professora esta sempre pontuando o que será feito: pintura, parquinho, música, dança e etc...
Como são crianças com grande dificuldade de aprendizado os pais não percebem este fator na escolarização, já que estão ligados no aprendizado.
Com o passar da idade a inclusão escolar vai ficando mais difícil e os pais não enxergam a necessidade de manter a escola.
É necessário manter atividades, pode não ser na escola!
Porém, na sua casa você vai oferecer a TV, o celular e brinquedos achando que vai ficar tudo bem, pois ele vai a escola só para brincar!
Não, ele não vai a escola ou as terapias só para brincar! Ele vai aprender a brincar, aprender no brincar!

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

segunda-feira, 9 de abril de 2018

O Espectro Autista!



Esta semana falamos sobre o Transtorno do Espectro Autista.
O Espectro é amplo, existem crianças com quadros tão leves que se torna difícil o diagnóstico. Outros tão graves que saltam os olhos até mesmo a leigos.
Não é necessário nada além da dificuldade de comunicação e interação social para colocar uma criança dentro do Espectro.
Não existe a correlação com deficiência cognitiva, podemos ter criança com deficiência cognitiva ou não.
Existem crianças com QI bem acima da média que estão dentro do Espectro!
Existem crianças cegas dentro do Espectro e muitas outras que não estão.
Existem crianças com sequela neurológica dentro e fora do Espectro.
Não precisamos de dificuldade no olhar nos olhos para estar dentro do Espectro.
Existem várias características possíveis, mas apenas um requisito necessário para o diagnóstico.
Portanto, avaliem a comunicação e interação de seus filhos.
Se vocês não conseguem afirmar que ele não possui dificuldade de comunicação, então ele precisa de uma avaliação com especialista.
Só uma avaliação com o médico especialista confirma ou descarta esta possibilidade.
Profissionais não médicos podem sinalizar este diagnóstico, mas não podem  fechar este diagnóstico.
Estamos começando a ver luz para o tratamento medicamentoso especifico para o autismo, muitas pesquisas estão em andamento e iniciando a ser publicado seus resultados.
E a ação das Associações de Mães de crianças autistas foi determinante para aquisições de direitos.
Estas associações conseguiram o olhar da sociedade, não nós da classe médica!
No momento o tratamento ainda consiste nas terapias de fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicologia.
As famílias precisam manter esta união e conseguir muito mais centros especializados para o TEA, pois a quantidade não se encontra suficiente para a demanda.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

O filho especial!




 


A figura do pai como companheiro na educação dos filhos é muito rara quando se trata de crianças com necessidades especiais.
Realmente a rotina de diversas terapias associada a reclusão domiciliar imposta a estas famílias contribuem para a separação do casal.
No dia a dia encontramos diversas mães responsáveis por tudo.
Poucas mães contam com a ajuda dos pais.
A rotina é dura, e não permite muitas ocasiões para lazer e vida social.
Estas crianças não podem sair de casa devido a facilidade de contrair viroses e também pelas dificuldades impostas pelas sequela motora e cognitiva.
Estas mães vivem de clinicas em clinicas, na maioria das vezes não possuem a companhia de ninguém.
Muita espera, dificuldade de transporte e sentimento de solidão.
Cria-se um sentimento de isolamento por amor ao filho.
Toda essa realidade coloca estas mães com grande amargura no coração.
Amargura pela impotência, amargura pela solidão, amargura pelo abandono.
Abandono de todos, não só do companheiro que não suporta esta rotina mas de amigas e familiares.
È necessário manter um convívio social minimo para a saúde mental destas mães, prevenindo assim a depressão e outros distúrbios psiquiátricos.
Vejo no meu dia a dia a morte destas crianças, e o quadro destas mães.
A dor da perda de um filho é imensa, mas neste caso existe a perda de sentido.
Estas mães abdicaram de suas vidas por muitos anos, não sabem mais viver.
A depressão é o que mais acontece.
A saúde mental destas mães se impõe como prioridade igual ao tratamento do filho.
Aqui a relação mãe e filho é muito mais intricada de dependências e vínculos afetivos. 

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Neurofibromatose e facomatoses!

 



A Neurofibromatose é uma doença genética que possui grande variedade de apresentação.
Apresenta evolução progressiva e imprevisível, com aparecimento de tumores não cancerosos em diversas partes do corpo.
Dependendo do local de aparecimento dos neurofibromas ocorre os sintomas.
Não possui cura, é necessário o acompanhamento médico regular.
Academicamente foi dividida em tipos.
O tipo 1 apresenta já ao nascimento manchas de cor marrom, por isto denominadas manchas cafe com leite. Sardas em região axilar aparecem na 1 infância. O aparecimento de neurofibromas ocorre ainda na infância e de forma progressiva.
Entre os sintomas possíveis podemos ter epilepsia, dificuldade de aprendizado por déficits cognitivos, retardo mental e perda da visão.
O outros tipos apresentam o inicio dos sintomas na vida adulta.
Neste grupo de doenças alterações de pele se associam as alterações neurológicas.
Por isso, manchas de nascença ou sinais possuem grande valor no exame clinico.
A retirada destes tumores podem estar indicadas dependendo de sua localização e sua consequências. Porém, outros surgirão!
A neurofibromatose tipo I, Esclerose tuberosa e Síndrome de Stuger Weber compõem um grupo de doenças denominadas facomatoses.
Este grupo é o mais tratado por neuropediatras.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Hidrocefalia! Dandy Walker?




 

Hidrocefalia é o acúmulo anormal do líquor no cérebro.
Todos nós possuímos uma quantidade de líquor no nosso cérebro, quando esta quantidade está aumentada por qualquer que seja a razão ou localização chamamos de hidrocefalia.
Se a quantidade de líquor estiver aumentada, porém sem causar um aumento da pressão intracraniana não haverá prejuízo neurológico.
Se a quantidade de líquor acumulada provocar um aumento da pressão intracraniana podemos ter graves consequências, como por exemplo convulsões e deficiências.
No caso de acúmulo de líquor com aumento da pressão intracraniana se torna necessário a colocação de válvula para dar vazão ao liquor e por consequência queda na pressão intracraniana.
Existem algumas hidrocefalias chamadas transitórias e portanto de caráter benigno, onde fazemos apenas o acompanhamento. Sua resolução se faz de forma natural por volta dos 2 anos.
Quando a hidrocefalia acontece na infância ocorre o aumento da cabeça, pois nesta idade as suturas do crânio ainda não se soldaram. Com este efeito de expansão da caixa craniana o aumento da pressão intracraniana acontece num segundo tempo.
No adulto que já possui suas suturas soldadas a hidrocefalia costuma dar sinais de hipertensão intracraniana mais precocemente.
Dentre os vários tipos de hidrocefalias algumas receberam nomes específicos, tipo o Dandy Walker.
Isto acontece quando estudiosos caracterizam sinais clínicos e radiológicos semelhantes.
No caso do Dandy Walker existe um acúmulo de liquor intracraniano por uma má formação das estruturas  da fossa posterior do cérebro.
 Neste caso o acúmulo de liquor ocorre em posição específica (4 ventrículo) e existe uma má formação da área entre os dois hemisférios cerebelares.
Dandy e Walker descreveram as características desta má formação com consequente hidrocefalia e tiveram seus nomes homenageados na nomenclatura.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra