segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

O que é Leucomalácia?

 



Leucomalácia é o termo técnico usado para descrever as alterações encontradas na imagem do cérebro que foram ocasionadas pela falta de oxigênio.
A falta de oxigênio ocorrida principalmente na hora do parto provoca uma alteração estrutural em áreas especificas do cérebro.
Este padrão é muito bem reconhecido nos exames de tomografia ou ressonância do cérebro.
O tamanho da área de leucomalácia vai se relacionar com as sequelas neurológicas encontradas na criança.
Todas as crianças portadoras de Paralisia Cerebral possuem áreas de leucomalácia em seus exames de imagem.
Em sua grande maioria terão por consequência epilepsia, pois as regiões anormais produzirão ondas cerebrais alteradas de caráter epileptogênico.
A família deve ficar alerta, pois em uma criança com sequelas neurológicas fica mais difícil identificar crises parciais.
As crises generalizadas, onde existe movimentação do corpo evidente são facilmente identificadas e relatadas pela família.
O controle de crises é uma prioridade em todos os casos, pois acarretam danos secundários aos pacientes já portadores de sequelas neurológicas.
Anticonvulsivantes não causam atrasos, crises convulsivas causam os atrasos piorando o quadro de quem já possui atraso por outra causa, como por exemplo leucomalácia.
Efeitos colaterais pelo uso de anticonvulsivantes possuem baixa incidência, e devem ser examinados caso a caso.
Não existe cura para leucomalácia, existe tratamento que consiste nas terapias de reabilitação inicialmente.
Infelizmente a sequela neurológica ocasiona neste caso um padrão de hipotonia do tronco com aumento do tônus muscular em braços e pernas. Este padrão facilita diversas deformidades ósseas e articulares que serão avaliadas pelo ortopedista infantil.
O pulmão é o órgão com mais frágil nos pacientes neurológicos, com acúmulo de secreção e recorrentes pneumonias.
Em alguns casos será necessário o acompanhamento do pneumologista pediatra, na grande maioria o seguimento regular com pediatra pode ser o suficiente.
O quadro nutricional necessita de atenção, pois distúrbios de deglutição costumam dificultar a variedade de alimentos oferecidos.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

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