sábado, 30 de janeiro de 2016

Dieta para tratar crises convulsivas.






Antes do remédio vem à doença!
Antes de se ter remédios para o controle de crises convulsivas já existia a doença, epilepsia.
E nessa época os médicos tentavam tratar a crise com o que tinham, quase nada.
E um dos tratamentos era o jejum, e com algum sucesso.
O paciente que apresentava muitas crises era colocado em jejum prolongado, e havia uma redução do número de crises.
Quando os remédios começaram a aparecer está prática foi sendo esquecida.
Como sempre existiu epilepsia refratária, vários pacientes não se beneficiaram com os remédios recém-descobertos.
E houve o questionamento, porque que o jejum fazia essas pessoas melhorarem?
Após muito estudo conseguiu se entender o mecanismo de ação do jejum para a diminuição das crises.
Mas não havia como manter um paciente em jejum prolongado, era impossível e cruel.
Este empasse foi o ponta pé inicial para a criação de uma dieta que simula o jejum prolongado, e por consequência é um tratamento para epilepsia.
Isso mesmo, dieta para controle de crises.
Estamos tão habituados à dieta para emagrecer que achamos que toda dieta é para emagrecer.
Neste caso não!
A Dieta Cetogênica, é uma dieta que simula o jejum prolongado.
Como é uma dieta rígida, com muitas restrições normalmente não indicamos para casos onde a medicação trata.
Basicamente rica em gordura, pobre em carboidratos e proteínas. Possui cálculo em gramas e necessita ter seus alimentos pesados a cada refeição.

Encontramos referência ao jejum como forma de tratamento no Evangelho.

Existe uma passagem onde Jesus ao ver uma criança em crise convulsiva responde que esse mal só é tratado com jejum e orações!

Quando os remédios produzem muitos efeitos colaterais, ou não conseguem controlar as crises, a Dieta Cetogênica é uma boa opção.


Saber que existe essa opção já é um bom começo, informação sempre é valida.

Procure mais informações com seu neurologista caso possua crises convulsivas refratárias.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Formação do discurso!




Essa geração tem um verdadeiro fascínio por tecnologia.
O que eu quero lembrar é que na Web não existe porquê, é uma sequência de passos.
Clica aqui, depois ali e assim por diante.
Na vida precisamos argumentar, dizer o porquê!
Nossas crianças estão com grande facilidade para a tecnologia e grande dificuldade de montar um discurso.
Perguntamos como foi a escola, o passeio, o filme e a resposta é: Foi boa!
Não sabem falar porque foi boa, respondem apenas isso.
Se os pais insistem se aborrecem, e falam novamente que foi boa!
Quando relatam algo, pulam os fatos.
Os pais ajeitam a história, pescam os fatos relatados sem sequência e colocam em ordem.
Uma verdadeira incapacidade de organizar o discurso, colocar os fatos de forma cronológica e dando causa e efeito a eles.
Os pais devem insistir, pois a dificuldade não corrigida será cobrada pela escola na formação de textos, redação!
Quem não consegue falar com argumentos, não consegue escrever com coerência.
Outra particularidade é que a tecnologia isola, não promove o encontro.
Não devemos ir contra a tecnologia, ao futuro mas perceber seus prós e contras.
Converse com seu filho, ajude ele a organizar a ideia.
Tente demostrar como ele relatou os fatos sem sequência ou coerência, peça para ele  refazer o discurso agora de forma cronológica e coerente.

Este exercício domiciliar vai ajudá-lo na escola.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra


segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Cuidados com brinquedos!





Quando a criança começa a rolar e engatinhar, é 

importante que lhe seja dado espaço!

Precisa ir para o chão com brinquedos adequados para essa fase.

A brincadeira dessa fase será pegar um brinquedo levá-lo a boca, depois jogá-lo e pegar novamente.
Nesta fase o brinquedo adequado é muito simples, peças grandes de plástico, ocos (para serem leves) e coloridos.
Se a mãe é muito preocupada com a limpeza, compre tapetes de EVA ou mesmo folhas de EVA para cobrir o chão.

A criança precisa dessa brincadeira, o cercado não permite essa movimentação adequada.
Quando a criança começa a engatinhar ela mesmo te pede espaço, quer descobrir.

Cuidado com brinquedos pequenos, devido o risco da criança engolir.
Cuidado com brinquedos pesados, pois a criança não tem coordenação e pode se chocar contra o brinquedo.
Cuidado com o local para a criança engatinhar, ele deve ser definido pelo responsável.
Não pode haver tomadas descobertas, mesas com toalha,  prateleiras de vidro.

Há muitos anos atrás fui a casa de uma família muito humilde e me deparei com uma cena que nunca esqueci.
A senhora dona da casa, era costureira e tomava conta do netinho de 10 meses.
Ela improvisou um local adequado para o neto com o que tinha em casa, achei muito criativo e inteligente.
Olhem só!
Ela virou os sofás da casa contra duas paredes, um canto da sala.
Com isso improvisou um grande quadrado, e colocou dentro um colchão de casal!
Assim ela delimitou o espaço do neto, com segurança. Colocou vários brinquedos neste colchão.
Ela posicionou sua máquina de costura numa distância que observava a criança, mas trabalhava ao mesmo tempo.
O interessante da ideia, a criança estava segura e não estava confinada.
O problema do cercadinho é o confinamento, espaço minimo!
Não permite o engatinhar.
Dependendo do poder aquisitivo da família muda a maneira de  propiciar o espaço adequado para nossos filhos.
 Eu subi todas as tomadas do quarto de meus filhos, reforma simples!
O quarto não possuía armários, pois existia um closet em anexo, com isso não havia gavetas!
Gavetas de cômodas podem ser puxadas pelas crianças e acabam caindo sobre as mesmas.
Nesta decoração o menos vale mais!
Se possível apenas berço, cama da babá de móveis.
Pinte as paredes, coloque móbiles, tudo suspenso.
Lembrem que normalmente o quarto será o local onde a criança deveria ter liberdade para ficar sem riscos.


Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra




sábado, 23 de janeiro de 2016

Água X Epilepsia



 


Toda criança gosta de água!
Crianças com crises convulsivas não são diferentes, adoram água.
É necessário ter alguns cuidados extras nestas crianças.
Caso haja uma crise durante um banho de piscina ou mar a criança pode se afogar!

A profundida não importa muito nesta situação, 50cm de água são suficientes para o afogamento.

Devemos ter cuidado com todas as crianças, acidentes domésticos onde crianças pequenas se afogam em baldes são comuns.
Elas tentam olhar para dentro do balde, brincar com a água e viram!

A vigilância deve ser aumentada em crianças pequenas e crises portadoras de crises.

Pense que embora seu filho seja grande e saiba nadar durante a crise ele perdeu suas habilidades. Pode ser confundido com brincadeira, pois o nível de água da pé, ou é mínima.

Crianças com crises convulsivas ou bem pequenas não se confia, se vigia!
E só entra se for possível socorro!
Se não existe pessoa capacitada para socorrer, não se arrisca!

Não deve tomar banho de piscina profunda, desacompanhado de pessoa com capacidade de socorro.

Contra indico a natação, devido o excesso de autoconfiança! Sabe nadar, então pode!
E ainda nas aulas de natação acho deficiente a atenção dada em crianças maiores, as pessoas podem se distrair. A crise pode surpreender, com o risco de afogamento é grande.

Sabe nadar é ótimo, mas só pode nadar em local seguro e acompanhado de pessoa capacitada. Não adianta estar acompanhado de alguém que não possui força ou habilidade de agir durante um momento de urgência.

No mar é muito difícil, não se deve passar da areia molhada. O socorro no mar é complicado mesmo para pessoas habilitadas!
Proibido!

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra


O que é Kernicterus?






É uma doença causada pelo pigmento amarelo da pele do recém-nascido logo após o nascimento. 

A icterícia (amarelão) nos primeiros dias de vida é normal, mas se o nível for muito alto atinge o cérebro.

O dano cerebral é irreversível, deixando atrasos importantes.

Por isso a importância do acompanhamento pediátrico.

Quando diagnosticado que o nível pode causar algum risco o bebê retorna para o hospital e é colocado sob banho de luz!

À luz usada reduz rapidamente o pigmento no sangue, evitando o risco de Kernicterus!

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Imaginação Infantil



 


A imaginação infantil é uma das coisas que mais me encantam.

A criança acredita na pureza dos personagens!

A história encanta e fascina!

Adoro a Branca de Neve, o Super  Homem e todos os outros, mas  tenho um carinho especial com os personagens da minha infância.

Os adultos devem aprender a lidar com essa imaginação.

Deixar bem claro:

A Branca de Neve existe! No filme, na história, na vida real não!

A criança está vestida de Branca de Neve ou de Bela Adormecida mas não é a Branca de Neve!

Não adianta os adultos explicarem que esses personagens não existem, porque a criança vê nos filmes.
Para eles existem, então mostrar a diferença da vida real para a fantasia é a solução.
Mas na vida real o que existe é a fantasia da Branca de Neve, a roupa igual a da Branca de Neve.

Precisamos ter cuidado para conseguir ensinar a criança a distinguir a realidade do mundo da fantasia.
A roupa do Super Homem não te dá os poderes que o Super Homem tem no filme. Não vai voar!
A criança confunde facilmente a fantasia com a realidade.


Precisa ser dito: A Maria está linda de Branca de Neve!

A fixação de uma criança num personagem é normal, mas deve ser sempre lembrado que ele não é o personagem. As crianças normalmente evoluem frente ao personagem, se encanta com a Branca de Neve daqui a pouco muda.
A Branca de Neve perdeu seu encanto!

Existem riscos quando a criança não consegue ver a realidade, risco de morte!
Existem alguns comportamentos que saem da realidade, os pais devem saber que isso existe!
E se houver suspeita de perca da realidade procurar profissional adequado.


Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Mastigar é preciso!




Mastigar é preciso!

A musculatura necessita ganhar força, pela mastigação eficiente e pela mordida.

Essa musculatura usada para mastigação é a mesma que será usada para a fala.

Bebê não mastiga muito bem, nem fala muito bem!

Existe uma relação direta entre a mastigação, a fala, o formato da arcada dentária.
A força exercida para a mastigação será importante para o formato da arcada dentária.

Nas crianças com sequela neurológica é muito comum a hipotonia dessa musculatura, e com isso formatos de arcadas estreitos com céu da boca alto!

Elas não trituram alimentos, comem pastoso. Não existe força de mandíbula.

Para se segurar a saliva dentro da boca também necessitamos de força nesta musculatura.

Logo que o bebê consegue mastigar adequadamente ele para de babar!


Se a criança apenas realiza uma prensa suave e a deglutição do alimento quase inteiro, a força conquistada não é suficiente para manter a boca fechada e a saliva deglutida.

Quando olhamos alguém de boca aberta pode acreditar, ele está respirando pela boca!
Mas boca não é órgão respiratório, e o uso dela para esse fim irá ressecar a mucosa e propiciar maior número de amigdalites e viroses.

É necessário avaliar se a criança possui problemas respiratórios no nariz, tipo rinite ou hipertrofia de adenoides. Pois se a criança não consegue respirar pelo nariz ela vai abrir a boca para respirar!
                                                                                                                                                                       Estimule seu filho a comer frutas inteiras, preste atenção se ele realmente mastiga os alimentos antes de engolir.
E cuidado na super proteção! Criança que não chupa laranja para não se sujar, não é normal!

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Mitomania- mentira compulsiva!



 


Mitomania é um distúrbio de comportamento de difícil diagnóstico, porque necessita de muito tempo para se perceber.
É a mentira patológica, onde o mentiroso acredita na sua mentira e normalmente não é beneficiado pela mentira.

Diferente da mentira banal, comum nas crianças onde eles mentem para esconder o errado.
A mentira infantil é feita para não assumir a responsabilidade de atos errados.

A mitomania é a mentira compulsiva, cheia de detalhes!
Uma verdadeira fantasia criada sem uma finalidade concreta.

Essas pessoas costumam ter baixa autoestima e se isolar socialmente.

Devemos prestar a atenção no comportamento duradoura das crianças, fases existem e passam.
A fase da mentira existe, mas deve ser corrigida.
Os pais devem mostrar que é errado, e não justificarem como sendo uma fase.

Se não houver a transmissão de valores adequados o que era uma fase restrita poderá se incorporar a personalidade da criança.
A responsabilidade dos pais é imensa, pois a criança está formando sua personalidade que ficará para o resto da sua vida.
É papel da família transmitir valores, corrigir erros de conduta e distorção de valores.

Educar significa ensinar o certo, portanto corrigir o que está errado.
É trabalhoso e desgastante, cansa!

Se você não ensinar o seu filho o que é certo? Quem vai fazer?

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra
 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Importância da pintura para a coordenação das crianças!






A letra da criança demonstra sua coordenação motora fina que começa a ser trabalhada com a pintura e depois com o desenho livre.

Não vejo os pais darem a valor necessário a pintura, a criança pode fazer de qualquer jeito. Sem respeitar os limites do desenho ou deixando partes em branco.

Quando questionados respondem apenas que o filho não gosta!

Mas quando a escola reclama da letra procuram uma solução mágica, nem percebem a relação.

Não se consegue coordenação motora por meio de remédio, é exercício, prática!

A pintura é importante para se desenvolver a coordenação motora fina que será cobrada na letra.

Começamos a trabalhar a coordenação no Infantil com pintura de dedos, colagem, giz de cera e lápis de cor.
Tudo é evolução! Desenvolvimento de uma habilidade se faz de forma lenta e gradual.

São vários anos para a criança chegar apto para a escrita.
Quando a criança chega no 1 ano sem a coordenação apropriada, sua letra demostra a deficiência.


Aproveite as férias para melhorar a letra do seu filho!
Muito desenho, pinturas e trabalhos com massinha e colagem.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Auras - nas crises convulsivas!





Na minha formação atendi adultos por um ano, não gostei muito e achava desnecessário.
Hoje percebo a importância,quando atendemos adultos é comum os pacientes relatarem que que algo avisa a eles que a crise está chegando.
Por serem adultos, possuem facilidade e vocabulário para descrever esse algo em detalhes. Coisa que a criança não fará!

Esse algo pode ser de várias formas. 
Sensações, gosto metálico ou amargo, cheiro de flores, sensação de medo ou de euforia.
Quando essa sensação ocorre antecedendo a crise convulsiva, chamamos de aura!
Ou seja, antecede a crise e pode ser visual por meio de alucinações, sensitivas por meio de sensação de medo ou euforia além das auras gustativas e olfativas.

As crianças não relatam muito bem a presença de auras, mas quando a mãe relata que a criança se senta ou chama alguém antes da crise.  Algo avisou que a crise estava para chegar. A aura existiu!

Mas essas mesmas sensações também podem aparecer como sendo efeito colateral das medicações. Por ser efeito colateral não possuem relação temporal com a crise convulsiva. 

Como já expliquei a presença de efeitos colaterais é variável, pode acontecer ou não.
Alguns remédios podem deixar a boca amarga, podem provocar alucinações, falta de apetite e etc...

A sequência de fatos desde o início da crise, define melhor este sintoma como sendo aura.

Por exemplo, já ouvi um relato de crise onde o paciente via a imagem de uma mulher passando a sua direita quando ele virava o rosto para a direita perdia a consciência e apresentava a crise convulsiva propriamente dita.
Neste exemplo o paciente apresentava uma aura visual, que sempre precedia a crise. Mas só ele poderia relatar, seus acompanhantes não poderiam saber deste detalhe tão importante para o neurologista.

Em outros casos, existe o relato de uma sensação de tristeza misturada a medo que precede a crise, essa aura é muito relatada em adultos.
As crianças não são boas informantes. Portanto presumimos a existência de auras em alguns casos mas não temos detalhes sobre a aura.

Ter ou não ter aura? 

A aura não piora o diagnóstico, quando presente e relatada ajuda o neurologista. Ao  entender o local de inicio da crise eu posso classificar melhor a crise, e escolher a medicação mas apropriada ao caso.

Sensações de confusão mental, agitação, sonolência, dor de cabeça podem ocorrer após a crise, porém não serão classificadas como aura.

Aura antecede a crise!


Cada caso precisa ser avaliado.

O que quero deixar de mensagem é que " Detalhes do início da crise são muito importantes para o seu neurologista."

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

Dúvidas de consultótio!





Com o aumento no número de crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista) alguns comportamentos infantis viraram um temor.

Toda criança por volta de 1 ano descobre o movimento das portas e por algum tempo vira sua brincadeira. Isso é comum, e não faz diagnóstico de nada.

Porém a criança vai crescer e essa descoberta será substituída por outras.
Assim naturalmente a criança perde o interesse neste abrir e fechar de portas.

No TEA não!
A criança permanece com sua atenção voltada à movimentos repetitivos, não ultrapassa essas etapas com facilidade nem rapidez.


Tudo depende da idade da criança e não é um comportamento isolado que fará o diagnóstico.
A principal característica do TEA é a dificuldade de comunicação, esses outros fatores podem ou não coexistir!

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Dicas para as férias!



 


Férias é um período para colocar as crianças em contato com novas experiências!
Não precisa ser caro e nem trabalhoso!
Apenas ter ideias criativas!!!
Aqui vão algumas dicas!

1. Procure mostrar aos seus filhos como você brincava, amarelinha, bola de gude, vai e vem ou elástico! São um universo desconhecido dessa geração de tablet e celular.

2. Procure atividades onde a criança desenvolva habilidades, coordenação motora, vocabulário. Fabricação de gibi é ótimo!
A criança escreve  pinta, imagina uma história e no final possui um produto para mostrar!

3. Quem tem praia fácil, deve estimular a prática de esportes ao ar livre. Com regras e espírito de grupo. Aqui jogos com formação de times é o indicado!

4. Quem não tem espaço, a imaginação deve ser o seu ponto forte. Brincadeiras de pistas pela casa, caça ao tesouro, acampamento na sala e etc... Compre cartolina e escolha um tema, a criança fabrica um cartaz para você! Tudo é válido se encantar, se for lúdico.

5. Se for possível coloque a criança para experimentar esportes ou música. Aulas de natação, judô, capoeira, teatro, flauta ou xadrez. Mesmo sabendo que não poderão permanecer após o inicio das aulas. Mas conhecer já abre o horizonte!


O importante é que as crianças voltem das férias tendo vivido!
Não permita que a criança tenha suas férias preenchidas apenas com o vídeo game e internet liberado.
Isso é muito pouco para o seu filho!!!!

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Efeitos colaterais das medicações!








No meu dia a dia é comum ter que explicar muito sobre efeitos colaterais das medicações.
Os pais possuem muito medo dos efeitos colaterais das medicações usadas na neurologia.

Não vejo ninguém preocupado com o uso das medicações da pediatria, como os antibióticos e anti-inflamatórios.
Mas na neurologia é um desastre. Ficou subentendido que as medicações usadas na neurologia fazem mal a saúde.
Gostaria de tentar corrigir um pouco essa ideia.

Qualquer medicação possui efeitos colaterais possíveis, qualquer uma! Até mesmo o seu inofensivo antitérmico!
Efeito colateral possível, não quer dizer que ele vai existir!
Quando se usa medicação prescrita pelo médico de forma regular e com dose calculada já se diminui o risco dos efeitos colaterais aparecerem.
Na auto medicação é muito mais comum o aparecimento dos efeitos colaterais.

Na neurologia temos efeitos colaterais possíveis em todos os remédios usados. Como em qualquer outra especialidade.
Estatisticamente não existe essa frequência elevada como a população acredita.
O que acontece na neurologia é que o uso das medicações é feito de forma continua, por períodos prolongados o que facilita a ocorrência de efeitos colaterais.
Quando se usa medicação de forma crônica, como anti-hipertensivo também existe a ocorrência maior de efeitos colaterais. Isso não é privilégio das medicações da neurologia.

Esclarecendo esse ponto passamos para outro:

Quando existe um efeito colateral da medicação, precisamos avaliar se esse efeito colateral é importante o suficiente para inviabilizar o uso da medicação.
Às vezes conseguimos manter a medicação mesmo em vigência de um efeito colateral.
Vou citar alguns efeitos colaterais comuns de forma aleatória apenas para ilustrar.
Podemos ter queda de cabelo com o uso de acido valpróico, se a queda for pequena e discreta podemos até manter a medicação.
Mas é evidente que quedas grandes, onde ficam áreas rarefeitas no couro cabeludo com prejuízo estético são indicativas de troca de medicação.

Existem efeitos colaterais transitórios:
Como a sonolência do inicio do tratamento com anticonvulsivantes. Na grande maioria dos casos a sonolência some na segunda semana da medicação.

Outro efeito colateral possível e na maioria das vezes driblado é a queda do apetite que ocorre com o uso de metilfenidato (medicação usada para tratamento de TDAH).  Podemos driblar com o uso descontinuado nos finais de semana e férias.
Mas encontro a perda de apetite sem queda do peso na maioria dos pacientes. Acompanho o peso no gráfico.
É muito comum a mãe queixar dessa perda de apetite, mas ao visualizar o gráfico de peso não há perda de peso e nem mudança na  a curva de crescimento. O que existe é a escolha do alimento por parte da criança!
Porém se a perda de peso existir, com queda na curva do crescimento e prejuízo do estado nutricional da criança, devemos retirar a medicação.


O que quero esclarecer com esse texto é que efeitos colaterais são possíveis, mas não são certos! Queremos o efeito terapêutico quando prescrevemos uma medicação, caso ocorra um efeito colateral vamos avaliar se este inviabiliza ou não nossa medicação prescrita.