sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

TEA- Transtorno do Espectro Autista





TEA- Esse nome foi elaborado para facilitar o entendimento e corrigir alguns erros que havia na diversidade de diagnóstico desse grupo de pacientes.
Houve uma série no Fantástico com Dr. Dráuzio Varella abordando o tema há algum tempo atrás. Eu gostei muito, mas vejo que a matéria não conseguiu explicar claramente o termo a população.
Colocamos esse diagnóstico quando uma criança possui dificuldade de comunicação social, essa dificuldade pode ser bem leve ou muito grave.
Por isso a palavra Espectro, para incluir todos os níveis.
Para haver dificuldade de comunicação, podemos ter dificuldade da fala ou não!
É possível haver  dificuldade da comunicação porque existe um atraso da linguagem, mas pode haver uma criança que fala, mas não se comunica perfeitamente.
São coisas diferentes. Quando cantamos emitimos a voz, mas não nos comunicamos.
Cantamos por prazer de emitir o som, a melodia. Mas não está associado a comunicação normalmente.
Podemos ter casos graves onde a criança não fala. Nos vários níveis intermediários a criança fala poucas palavras, além dos casos bem leves onde a criança fala tudo.
A ideia principal é a comunicação, não se prendendo na emissão ou não das palavras.
Parece confuso, mas essas crianças para serem classificadas como portadoras de TEA precisam ter dificuldade de comunicação, em qualquer nível.
Quem não fala tem dificuldade de comunicação?
Não necessariamente!
Os mudos não falam, mas só serão classificados como TEA se possuírem associado a ausência da voz a dificuldade de comunicação. Aqueles que se comunicam por outros meios, inclusive na linguagem dos sinais não serão classificados como portadores de TEA.

Já uma criança que canta e repete o que falamos, mas não consegue manter um diálogo simples está dentro do TEA. Porque embora emita palavras não realiza a comunicação.

As crianças não precisam possuir retardo mental para serem classificadas no TEA, podemos ter retardo mental, inteligência normal ou acima do normal. Não é esse fator que inclui a criança neste grupo.

Não foi o retardo mental que as colocou dentro do espectro.

A comunicação pelo olhar pode estar comprometida nos casos graves, mas nos casos leves a criança pode realizar o contato visual de forma adequada.

Aqui eu peço que se lembrem do meu texto já publicado “Comunicação- Ser um pouco andorinha”
Nós nascemos com o instinto da comunicação, nascemos andorinhas. Essas crianças não nascem assim.
O TEA é composto de crianças que por alguma razão (ainda não bem esclarecida pela medicina), não possuem a função de comunicação de forma instintiva e natural.

E o tratamento consiste em conseguir ensinar, o que deveria ser instintivo e natural.

Por isso eu gosto de falar que o tratamento consiste em ensinar a ser um pouco andorinha, para viver num mundo de andorinhas.

Mesmo dificuldades leves comprometem a vida em sociedade, a escolarização e a vida familiar!

Quanto mais cedo se perceber a dificuldade e procurar ajuda melhor será o prognóstico.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra

3 comentários:

  1. Adorei esse tema, as vezes reluto em acreditar que minha filha não tinha TEA e principalmente pela ausência de fala. Mas com o seu texto ficou claro, ela não verbaliza mas se comunica muito bem, se faz entender por gestos. Gostaria de sugerir um assunto: Atraso Geral de Desenvolvimento. Parabéns pelo jeito fácil que você trata assuntos tão complexos.

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  2. Parabéns por conseguir decifrar coisas tão complexas. Não compreendia a exclusão da minha filha desse TEA, pois ela não fala, porém agora ficou claro, ela não verbaliza mas se comunica muito bem, se faz entender de outras formas. Sugiro um assunto: Atraso Geral de Desenvolvimento.

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  3. Gostaria muito de lhe agradecer por me ajudar a descobrir o problema de minha filha, pois estava me dificultando o seu problema mas agora estou sendo uma andorinha para que ela possa se desenvolver na fala.

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