TEA- Esse nome foi elaborado para facilitar o entendimento e
corrigir alguns erros que havia na diversidade de diagnóstico desse grupo de
pacientes.
Houve uma série no Fantástico com Dr. Dráuzio Varella
abordando o tema há algum tempo atrás. Eu gostei muito, mas vejo que a matéria não
conseguiu explicar claramente o termo a população.
Colocamos esse diagnóstico quando uma criança possui
dificuldade de comunicação social, essa dificuldade pode ser bem leve ou muito
grave.
Por isso a palavra Espectro,
para incluir todos os níveis.
Para haver dificuldade de comunicação, podemos ter dificuldade
da fala ou não!
É possível haver dificuldade da comunicação porque existe um
atraso da linguagem, mas pode haver uma criança que fala, mas não se comunica
perfeitamente.
São coisas diferentes. Quando cantamos emitimos a voz, mas
não nos comunicamos.
Cantamos por prazer de emitir o som, a melodia. Mas não está
associado a comunicação normalmente.
Podemos ter casos graves onde a criança não fala. Nos vários níveis
intermediários a criança fala poucas palavras, além dos casos bem leves
onde a criança fala tudo.
A ideia principal é a comunicação, não se prendendo na emissão ou não das palavras.
Parece confuso, mas essas crianças para serem classificadas
como portadoras de TEA precisam ter dificuldade de comunicação, em qualquer nível.
Quem não fala tem dificuldade de comunicação?
Não
necessariamente!
Os mudos não falam, mas só serão classificados como TEA se possuírem associado a ausência da voz a dificuldade de comunicação. Aqueles que se comunicam por outros meios, inclusive na linguagem dos sinais não serão classificados como portadores de TEA.
Já uma criança que canta e repete o que falamos, mas não
consegue manter um diálogo simples está dentro do TEA. Porque embora emita
palavras não realiza a comunicação.
As crianças não precisam possuir retardo mental para serem
classificadas no TEA, podemos ter retardo mental, inteligência normal ou acima
do normal. Não é esse fator que inclui a criança neste grupo.
Não foi o retardo mental que as
colocou dentro do espectro.
A comunicação pelo olhar pode estar comprometida nos casos
graves, mas nos casos leves a criança pode realizar o contato visual de forma
adequada.
Aqui eu peço que se lembrem do meu texto já publicado “Comunicação- Ser um pouco andorinha”
Nós nascemos com o instinto da comunicação, nascemos
andorinhas. Essas crianças não nascem assim.
O TEA é composto de crianças que por alguma razão (ainda não
bem esclarecida pela medicina), não possuem a função de comunicação de forma
instintiva e natural.
E o tratamento consiste em conseguir ensinar, o que deveria ser instintivo e natural.
Por isso eu gosto de falar que o tratamento consiste em
ensinar a ser um pouco andorinha,
para viver num mundo de andorinhas.
Mesmo dificuldades leves comprometem a vida em sociedade, a
escolarização e a vida familiar!
Quanto mais cedo se perceber a dificuldade e procurar ajuda
melhor será o prognóstico.
Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra
Adorei esse tema, as vezes reluto em acreditar que minha filha não tinha TEA e principalmente pela ausência de fala. Mas com o seu texto ficou claro, ela não verbaliza mas se comunica muito bem, se faz entender por gestos. Gostaria de sugerir um assunto: Atraso Geral de Desenvolvimento. Parabéns pelo jeito fácil que você trata assuntos tão complexos.
ResponderExcluirParabéns por conseguir decifrar coisas tão complexas. Não compreendia a exclusão da minha filha desse TEA, pois ela não fala, porém agora ficou claro, ela não verbaliza mas se comunica muito bem, se faz entender de outras formas. Sugiro um assunto: Atraso Geral de Desenvolvimento.
ResponderExcluirGostaria muito de lhe agradecer por me ajudar a descobrir o problema de minha filha, pois estava me dificultando o seu problema mas agora estou sendo uma andorinha para que ela possa se desenvolver na fala.
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