Na convulsão febril, a febre é considerada a causa da
convulsão. Só acontece em crianças menores de 5 anos. Isso porque nesta idade o
sistema nervoso ainda é considerado imaturo.
Nestas crianças realizamos o EEG para confirmar nossa hipótese,
e o EEG é normal. Confirmando que a febre causou a crise convulsiva.
Tipicamente as crises convulsivas são generalizadas e
rápidas, além de não se repetirem no mesmo dia.
Quando demoradas ou focais são monitoradas com mais cuidado pelo
neurologista por estar fugindo ao padrão típico da crise febril.
Já qualquer criança ou adulto que possua epilepsia em seus
diversos tipos pode ter crise no momento da febre, ou seja, crise em vigência de
febre.
A febre aqui não causou a crise convulsiva, apenas
desencadeou o que já existia.
Descompensou o quadro da epilepsia.
E isso é
muito comum, durante quadro febril nosso organismo sofre mudança no seu
metabolismo. Perdemos a fome, aumentamos a sensação de sede, existe um aumento
de diversas substâncias, além de anticorpos e imunoglobulinas.
Uma verdadeira
revolução que pode mudar o metabolismo das drogas usadas para o controle de
crises.
Neste caso a crise terá as características da epilepsia que
a criança já possui, o EEG apresenta as alterações da epilepsia em questão.
Nas crises febris a criança normalmente não possui atrasos,
pois o motivo da crise se relaciona com a imaturidade do sistema nervoso próprio
da idade.
As crises são rápidas e não se repetem facilmente, o que também favorece o curso
benigno.
Existem casos de crises febris
complicadas, demoradas e até evoluindo para status, mas não é a regra, é
exceção.
Tratamos as crises febris exatamente pelo risco de que a
repetição delas possa causar prejuízo e aumento da probabilidade de casos de
epilepsia no decorre da vida.
Já existem trabalhos relacionando a Esclerose Mesial Temporal
com história de crises febris, por isso o uso de tratamento contínuo ou
intermitente nas convulsões febris.
Já nas epilepsias por haver um número muito grande de tipos,
podemos ter ou não atrasos de fala e cognição.
E esses atrasos são variáveis,
de individuo para individuo e se relacionam na maioria das vezes com a
repetição das crises, o número de crises que esta criança teve.
A crise na vigência de febre pode acontecer em qualquer
idade, até mesmo em adultos que já possuam o diagnóstico de epilepsia. Não se
relaciona com imaturidade do sistema nervoso e sim com a mudança do metabolismo
do organismo e das drogas em uso.
Portanto torna-se vital o controle rigoroso da febre em
pacientes portadores de epilepsia, por este ser um fator desencadeante de
crises.
Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra
Dra. minha filha começou com ausência por alguns segundos, já ocorrendo mais de 01 minuto, ela tem 1 ano e 9 meses, fizemos exames EEG normal e RM acusou má rotação do hipocampo esquerdo. Ela é diagnosticada com parcial complexa, pois após as crises dorme por 2 duas horas...mas percebi que toda vez que começa um quadro de resfriado, febrinha de 37.4 , ela faz crises...está tomando trileptal e agora o neuro passou frisum 10 mg, ela está engordando muito, tem 20 kilos com menos de 2 anos...existe algo que possamos fazer além do neuro, pode nos ajudar? Obrigado
ResponderExcluirProcure uma nutricionista porque nem o Trileptal nem o Frisium costumam aumentar o peso.
ExcluirRm estrutural do crânio evidencia sinais de má-rotação do hipocampo esquerdo. O que significa?
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