quarta-feira, 16 de março de 2016

Epilepsias Benignas da Infância- EBI





Dentre os tipos de Epilepsia existe um grupo chamado: Epilepsias Benignas da Infância (EBI).
Este grupo compreende tipos de epilepsia de ótimo prognóstico, que aparecem em crianças com desenvolvimento normal e na grande maioria dos casos a causa é uma herança familiar.
Essas crianças apresentam uma crise sem febre e de repente, sem nenhum motivo aparente.
A população costuma encontrar um culpado, por isso surgem os mitos!
No dia que a crise acontecer a criança comeu uma comida quente, tomou um vento com o corpo quente e assim por diante. Tudo será relacionado a causa da crise, pois é muito difícil compreender o inicio da doença quando não se tem um culpado.
Costumo explicar assim:
A criança está crescendo, se desenvolvendo e o seu cérebro também!
Suas ondas cerebrais estão se transformando para padrões a cada dia mais maduros, durante esse processo podemos ter alterações na onda que provoquem crises convulsivas.
Se temos alteração de onda causando crise, temos um tipo de epilepsia.
Trato muitos casos de Epilepsia Benignas da Infância, casos onde embora sejam de natureza benigna é necessário o tratamento medicamentoso.
Essas crianças tomam remédios (anticonvulsivantes) e costumam ter suas crises facilmente controladas, desde que  usem a medicação de forma regular e em dose adequada ao peso.
Nas crianças a dose costuma ser ajustada frequentemente, pois o peso é uma curva crescente.
Não dá para se ter controle com a mesma dose do medicamento por longos períodos.
Quando prescrevo o anticonvulsivante já estou preparada para a resistência familiar, acho normal.
O pouco conhecimento, o preconceito e a necessidade de uso de medicação com horários na infância não é muito natural para os pais.
Os pais não estão preparados de início a realizar tratamento de anos, costumam levar seus filhos ao pediatra e terem prescrições de medicação por curto período de tempo (dias).
Com o passar das consultas, a família perde o medo e percebe que seu filho continua o mesmo.
Não perdeu suas funções intelectuais e nem ganhou o aspecto de criança dopada.
A sonolência no início da medicação pode surgir, porém não deve ficar, se a criança se torna muito lenta e sonolenta a medicação deve ser reavaliada.
O remédio não deve fazer mal a criança, está sendo prescrito para proteger a criança dos efeitos danosos das crises.
Essas sim, podem levar à atrasos cognitivos em criança previamente normal.

Dra. Cristine Aguiar
Neuropediatra


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