quarta-feira, 9 de março de 2016

Epilepsia sem preconceito! Vamos falar?






A epilepsia não é uma doença contagiosa!
Então porque as pessoas se afastam de alguém quando descobrem que está possui epilepsia?

Já ouvi relatos onde as pessoas acreditavam que a saliva podia transmitir a doença, mas isso foi desmentido há mais de 50 anos!

Não tem a menor condição de alguém ainda acreditar nesta informação!

E ai? Qual seria a resposta do isolamento que a sociedade dá aos portadores de epilepsia?

Saber eu não sei! O que vou fazer apenas é tentar encontrar causas possíveis.

A crise convulsiva é um evento devastador, durante a crise o individuo perde o controle de si realizando movimentos descontrolados e às vezes assustador.
Já ouvi de várias mães o relato que elas pensaram que a criança estava morrendo.
Acho que aqui está a causa, a morte!
A possibilidade de ver a morte!

As pessoas se afastam de alguém que possui epilepsia com medo de presenciar uma crise que pode levar a morte, de se tornar espectador da morte.

Grande engano, outro mito que precisamos desfazer.
É extremamente raro a morte durante uma crise, pode acontecer em casos de crises prolongadas onde alterações cardíacas e respiratórias podem surgir.

Os paciente portadores de doenças neurológicas, inclusive a epilepsia costumam morrer por complicações respiratórias e ou infecciosas. Muitas decorrentes das restrições motoras que deixam o paciente restrito ao leito. E não pela doença neurológica em si.
O que quero dizer é que a doença neurológica debilita o individuo e impõe restrições.

Pacientes portadores de epilepsia, e gostaria de ressaltar aqui que existem vários tipos de epilepsia e não uma única doença como a maioria pensa. Dependendo do tipo de epilepsia vamos ter formas clinicas completamente diferentes.

Por exemplo, podemos ter ou não deficiência cognitiva ( retardo mental ), ser acamado ou não, ter cura ou não.
Cura! Cura sim!

Considero cura quando o paciente não necessita de medicação e não apresenta mais crises convulsivas. Isso não é cura de uma doença?
Em muitos casos vamos chegar a este ponto, nem todo mundo fará uso de medicação para a vida inteira.
E mesmo os que necessitam usar a medicação podem ter ou não o controle completo de suas crises.

É uma doença séria porque o paciente se sente vulnerável, pensa que pode ter uma crise!
E sabe que se tiver uma crise sofrerá o preconceito que a doença carrega.

A sociedade como um todo deve entender que essas pessoas merecem estudar, trabalhar, praticar esportes, tudo!

Não existe fundamento para isolar esses pacientes, vamos falar sobre epilepsia sem preconceito!

                                                                                         Dra. Cristine Aguiar
                                                                                              Neuropediatra


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