segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Convulsão Febril






Crise convulsiva febril é um tema simples mas acho que de grande interesse à todos os pais.
O ser humano possui controle de sua temperatura, o cérebro exerce essa função. Nossa temperatura corporal fica em torno dos 36C.
A criança ao nascer não possui várias funções cerebrais adequadas, inclusive o controle da temperatura corporal.
Aqui no Ceará recém nascido usa luvas e sapatinhos, vive empacotado.
 Ao crescer vai sendo desnecessário esses acessórios.
Mas ao ficar com febre os pais percebem que a cabeça fica muito quente mas outras partes do corpo não.
Fato comum, pois o aumento da temperatura não é bem distribuído pelo corpo, deixando partes quentes, e outras até frias.
Exatamente por essa má distribuição do aumento da temperatura as crianças podem apresentar as crises ou convulsões febris.
Ocorre em crianças pequenas, menores de 5 anos.
Aos 5 anos o cérebro já possui essa função amadurecida.
Alguns pais acham que a convulsão acontece apenas com febre alta, isso é um engano pode ocorrer com febre baixa se houver uma variação rápida da temperatura.
Todas as crianças pequenas poderiam pela imaturidade do sistema nervoso apresentar crises na vigência de febre, porém o que vemos são vários casos em algumas  famílias. A predisposição genética de algumas famílias é bem marcante.
O neuropediatra deverá solicitar o EEG, que neste caso deverá ser normal. Para confirmar a convulsão febril.
Alterações no EEG já nos direciona para outro diagnóstico.
O EEG deve ser realizado após uns alguns dias da crise, não deve ser realizado muito próximo a crise.
Mesmo a crise sendo febril deverá ser tratada, comumente após 3 crise rápidas e em episódios diferentes orientamos medicação.
Ou seja, mesmo com EEG normal a criança muitas vezes necessita fazer uso da medicação.
Isso porque a repetição de crises mesmo que febris pode prejudicar a criança e devemos evitar danos cerebrais sempre que possível.
Colocamos o tratamento medicamentoso de duas formas: continuo ou intermitente.
Continuo: a criança faz uso de medicação de horário todos os dias, quando ficar doente por já fazer uso da medicação, já está protegida. Desvantagem importante neste caso é que a criança usa medicação durante períodos afebris onde não iria ter crises e por isso não necessitava da proteção.
Intermitente: a criança faz uso da medicação nos períodos de doenças, inicia a medicação nos primeiros sintomas. É necessário ter iniciado a medicação antes do aparecimento da febre. Possui a vantagem de só fazer uso da medicação nos períodos onde correria o risco de ter crise febril. Desvantagem é que se a febre for o primeiro sinal da doença, a criança não iniciou a medicação e portanto não está protegida de crises.
Seu neuropediatra vai escolher qual a melhor opção de tratamento analisando caso a caso.
Não podemos esquecer que todas as mães devem fazer uso de termômetro e não do tato para verificar se a criança está com febre.
Usar o antitérmico  em dose adequada ao peso da criança e lembrar que ao administrar a medicação antitérmica por via oral o tempo para o inicio do seu efeito é variável.
A medicação feita por via oral só iniciará seu efeito ao ser absorvida, se a criança estiver alimentada esse tempo de absorção aumenta.
Por este motivo orientamos o uso de meios físicos, água!
O álcool muito usado no passado não deve ser usado, por ser muito volátil. A criança inala muito o que pode provocar efeitos indesejados e prejudiciais a saúde.

Um comentário: